O deputado estadual, Serafim Corrêa (PSB), afirmou nesta quarta-feira (1), que sem o fim do monopólio da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás) sobre a distribuição de gás natural no Amazonas, não haverá empresa interessada em comprar da Petrobras os campos de exploração de petróleo e gás do Polo de Urucu.
Segundo o parlamentar, esse cenário torna ainda mais preocupante a decisão da Petrobras de encerrar suas operações no Amazonas e vender os campos e as infraestruturas de exploração e logística de petróleo e gás, o que, para Serafim, vai significar algo muito ruim para a economia, principalmente no que diz respeito à arrecadação de impostos e à geração de empregos.
“De um lado há pessoas que dizem que a Petrobras iria deixar o Estado de qualquer jeito, essa era uma decisão dela de só ficar voltada para a exploração do petróleo em águas profundas, no caso, o Pré-sal. Mas a outra corrente diz que a Petrobras está indo embora por conta da atual Lei da Cigás, que a faz pagar pedágio para o Senhor Carlos Suarez (empresário baiano), que é o verdadeiro dono da Cigás”, disse Serafim.
Conforme Serafim, Soarez detém 83% das ações da Cigás no estado e o restante pertence ao governo do Amazonas.
“A Petrobras gastou bilhões para trazer o gás de Coari para Manaus, e ela paga pelo menos R$ 1 milhão, por mês, de pedágio para o Senhor Carlos Suarez. O que está causando a saída da Petrobras são as duas coisas juntas. É claro que a Petrobras quer se ver livre desse processo de extorsão que ela vive, eu ouvi isso em 2017 ou 2018 do diretor da Petrobras. Vejam que a decisão já estava madura, e chegou o momento que a Petrobras viu que as coisas no Amazonas não iriam mudar e que era mais negócio ir explorar em águas profundas”, observou o parlamentar.
A consequência disso, de acordo com Serafim, é que outras empresas podem ter interesse na exploração do gás no Amazonas, mas quando perceberem que vão ter que pagar pedágio ao empresário Carlos Suarez, irão recuar da compra.
“Estou alertando porque o estado do Amazonas está correndo o risco de ficar em um vácuo e a Petrobras anunciou ontem que vai estimular o programa de pedido de demissão voluntária de 9 mil funcionários no Brasil inteiro e, por óbvio, o Amazonas não está fora disso”, concluiu Serafim.
A empresa petrolífera aparece no topo da lista dos 500 maiores contribuintes de ICMS do Amazonas disponível no site da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz).