*Victor Cavalier – Da Redação do Dia a Dia Notícia
Após a ministra do Esporte do Governo Lula, Ana Moser, revelar que não vai investir no eSports por considerar a categoria um “entretenimento”, e comparar atletas com a cantora Ivete Sangalo, o ex-jogador profissional, Bruno dos Santos, ou “Nobru”, criticou a gestora e apontou que a mesma não tem conhecimento sobre o mercado, ademais, disse que muitas crianças podem sair da miséria com ciberesporte. “Precisa de estrutura, a gente tem que ter horários de treinos, tem que cuidar da nossa alimentação, a gente passa com fisioterapeuta, psicólogo”, disse o atleta.
Durante um vídeo no Stories do Instagram, Nobru comentou a fala de Ana Moser. “Senhora ministra, eu queria falar em nome de todos os atletas de esports, que são muitos. Esport é um esporte, sim!”, iniciou Santos.
O ex-jogador é cofundador do clube de esports Fluxo ao lado do player Lucio “Cerol” e considerou que a ministra é retrograda, além de precisa se atualizar sobre o mercado gamer.
“Se além de esporte, os games também são entretenimento, é só para mostrar que as pessoas já estão buscando outras coisas além do que os jogos tradicionais podem oferecer. A senhora me desculpe, mas eu acho que a diferença está exatamente no seu desconhecimento desse nosso mercado gigantesco, que movimenta milhões e atrai milhares de pessoas.”, disse Bruno.
A ministra comparou os atletas com a cantora Ivete Sangalo, que na visão dela, também realiza treinos. Ela ainda apontou que os jogos eletrônicos são previsíveis durante uma entrevista.
“A meu ver o esporte eletrônico é uma indústria de entretenimento, não é esporte. Então você se diverte jogando videogame, você se divertiu. O atleta de esports treina, mas a Ivete Sangalo também treina para dar show e ele não é atleta, ela é uma artista que trabalha com entretenimento”, comparou a ministra.
Nobru ressaltou a dificuldade que os atletas brasileiros enfrentam para entrar nas competições pela falta de recursos. Ainda segundo o jogador, graças a esta categoria, ele conseguiu sair da pobreza, assim como outras crianças.
Considerando nosso país, onde os atletas de luta, surfe, qualquer outro segmento, têm que vender doce na rua, fazer várias paradas para treinar e correr atrás dos seus sonhos, eu tenho certeza que os jogos eletrônicos nasceram para dar mais esperança para a criança, para realmente mostrar que existem outros caminhos que a gente consegue vencer na vida, assim como eu venci. Eu, garoto de comunidade, com 17 anos, da zona sul de São Paulo, que não tinha nem celular, venci na vida graças aos jogos eletrônicos. Hoje em dia eu consigo sustentar minha família, ter uma vida financeiramente estável e ter uma empresa com mais de 200 funcionários”, disse Nobru.
