O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) informou que irá acompanhar de perto as investigações do assassinato do menino de 9 anos, filho de de Geovane da Silva Santos, presidente de uma associação de agricultores familiares, no interior de Pernambuco. Diferentes entidades ligadas à luta pela terra levantam a hipótese de que o crime esteja associada a conflitos fundiários.
Uma investigação para identificar os autores do crime já está em andamento pela Polícia Civil. Para saber o resultado das primeiras diligências, o MP agendou para amanhã (15/12) uma reunião com o delegado titular de homicídios de Palmares (PE), Marcelo Queiroz, que assumiu o caso.
“Por se tratar de uma criança, a investigação corre sob sigilo, por força do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA)”, informa o MP em nota.
Crime
A criança foi executada na noite de quinta-feira (10/12) no município de Barreiros (PE) e enterrada no dia seguinte sob protestos de familiares e moradores.
O crime ocorreu no Engenho Roncadorzinho, onde vivem centenas de pessoas. Segundo os relatos da família, sete homens encapuzados e armados invadiram a casa de Geovane por volta das 21h e dispararam contra o líder rural, que foi atingido no ombro, mas sobreviveu. Em seguida, os homens encontraram a criança escondida embaixo da cama e atiraram nela em frente à mãe.
A Comissão Pastoral da Terra (CPT), serviço fundado na Igreja Católica voltado para apoio à organização dos trabalhadores do campo, cobrou uma investigação que apure uma eventual ligação entre o crime e o conflito fundiário existente na região. A Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Pernambuco (Fetape) também crê nesta possibilidade. Cerca de 70 famílias vivem no local.
*com informações de Agência Brasil