Um dos maiores conjuntos de moedas romanas em ouro foi encontrado por pesquisadores da Universidade de Alicante, na cidade portuária de Alicante, na Espanha. Eles descrevem o achado como “excepcional”. As moedas estão enquadradas cronologicamente entre os séculos IV e V. Teriam sido escondidas no fundo da baía de Portitxol de Jávea, em um momento de instabilidade provocado pela chegada dos povos do norte no fim do século IV.
O conjunto de moedas, com cerca de 1.500 anos, está em perfeito estado de conservação, o que permitiu aos arqueólogos fazerem a leitura das inscrições e datá-las, as 53 moedas têm representações dos governantes do Império Romano durante o período da Antiguidade Tardia, no ocidente.
A equipe de pesquisadores considera a hipótese de se tratar de um tesouro ocultado propositadamente para o proteger. “Há a possibilidade de que as moedas pudessem ter sido escondidas intencionalmente por um rico proprietário de terras, num contexto de saques como os que os alanos estavam perpetrando no território naquela época”. A ideia do dono seria regressar mais tarde para resgatar as moedas. Não foi o caso.
Os arqueólogos afirmam que “o achado documenta um momento histórico de extrema insegurança, com a chegada violenta à Hispânia de povos do norte, caracterizados como bárbaros (suevos, vândalos e alanos) e o fim definitivo do Império Romano na Península Ibérica a partir de 409 DC”, acrescentam.
Luis Lens e César Gimeno são praticantes de mergulho e descobriram as primeiras oito moedas. Os mergulhadores procuraram a Direção-Geral da Cultura e do Patrimônio que imediatamente convocou arqueólogos da Universidade de Alicante e da Guarda Civil, em colaboração com a Câmara Municipal de Jávea, para realizarem novas pesquisas no fundo do mar.