*Da Redação Dia a Dia Notícia
A médica Juliana Brasil Santos admitiu, em documento interno do Hospital Santa Júlia, ter cometido um erro ao prescrever adrenalina para Benício Xavier de Freitas, de 6 anos, que morreu após receber a medicação no último fim de semana. O menino havia dado entrada na unidade particular com tosse seca e suspeita de laringite. Prints de conversas no WhatsApp entre a médica e um colega, registrados durante o atendimento no sábado (22), revelam o pedido de ajuda e o momento em que ela reconhece, por escrito, a falha na prescrição intravenosa do medicamento: “Eu errei a prescrição”.
O material, que agora se soma ao prontuário médico e aos depoimentos da mãe e da técnica de enfermagem, pode ajudar nos esclarecimentos da cronologia do óbito da criança, no último domingo, 23, e da conduta profissional diante da crise. O caso é investigado pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), que chegou a pedir a prisão preventiva de Juliana Brasil, negada pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJ-AM).

Juliana teria recomendado lavagem nasal, soro e três doses do medicamento adrenalina, de 3 miligramas cada, a serem aplicadas de maneira endovenosa (na veia), de 30 em 30 minutos. As recomendações foram seguidas pela equipe de enfermagem.
A dose de adrenalina teria sido fatal para o garoto. Em um documento interno do hospital, a afirma que errou a prescrição da medicação
Também em mensagens obtidas pelo Portal Vizinho TV, a médica admite ao diretor de plantão que errou na prescrição.
“O paciente desmaiou. Pelo amor de Deus. Eu errei a prescrição”, comenta a mulher. “Prescrevi inalação com adrenalina e acabaram fazendo ‘ev’ (endovenosa). O paciente está passando mal, ficou todo amarelo. Pede para alguém da UTI descer. Urgente”, diz a médica.
Nessa sexta-feira (28), o delegado do 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP), Marcelo Martins citou uma overdose de adrenalina sofrida pelo menino.
O delegado solicitou a prisão da médica, mas a Justiça do Amazonas decidiu que a profissional responderá às investigações em liberdade. A decisão foi tomada por meio da concessão de um habeas corpus preventivo.
O Hospital Santa Júlia confirmou o afastamento da médica e da técnica de enfermagem. O Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas (Cremam) informou que abriu um procedimento para apurar as circunstâncias da morte de Benício Xavier de Freitas.
