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Menos de 10% da população amazonense é filiada a um partido político

Foto: Reprodução/Twitter
*Lucas dos Santos, da Redação Dia a Dia Notícia

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimam que o estado do Amazonas possui 4.269.995 (quatro milhões duzentos e sessenta e nove mil novecentos e noventa e cinco) de habitantes em 2021. Entre essas milhões de pessoas, apenas 255.440 são filiadas a algum partido político. Em 2011, a quantidade era 169.061. Apesar do aumento de mais de 51%, o número é equivalente a 5,98% da população do estado do Amazonas atualmente.

O baixo número de filiados a partidos é uma característica de países como o Brasil, uma “democracia nova e recente” de acordo com o cientista político Helso Filho. Ele afirma que não se encontra no “mundo civilizado nenhum país com mais de trinta partidos sendo representados no parlamento”.

 

“No Brasil temos 33 partidos políticos com 31 no parlamento. Então a população não está preocupada com partidos políticos. Na grande maioria, esses partidos são feudais, têm donos. Eles são pouco ideológicos, estão ali somente para se locupletar, chegar ao poder ou obter cargos”.

A falta de uma representação com ideais mais sólidos faz com que a população, em sua maior parte, perca o interesse pela política. Helso também afirma que esse desinteresse é fruto do “desgaste da democracia representativa no mundo inteiro. Você vê cada vez mais o abstencionismo galopando”. Nas eleições de 2018, a abstenção de votos alcançou a marca de 20,3%, maior valor desde 1998. A polarização daquele ano afastou milhões de pessoas que não se identificavam nem com Jair Bolsonaro, então candidato pelo PSL, nem com Fernando Haddad (PT) devido ao antipetismo fruto das sucessivas crises ao longo da década de 2010, que refletiu muito no estado do Amazonas, fazendo a direita crescer exponencialmente.

Helso Filho destaca o casuísmo dos partidos por meio do seguinte exemplo: durante o governo do ex-presidente Lula, o vice-presidente era José Alencar, do Partido Liberal (PL), o mesmo que Bolsonaro se filiou para concorrer às eleições de 2022.

Filiação e participação

A reportagem questionou se é preciso que alguém esteja filiado a um partido político para exercer sua cidadania. Helso afirma que “não necessariamente”.

“O exercício da cidadania pode ser feito independente de filiação partidária. Muitas vezes a filiação, quando ela é principalmente imposta, gera um desinteresse, você está filiado somente para obter algo. Para o exercício da cidadania você pode ter grupos de pressão, de interesse”, diz o cientista.

Grupos de pressão são organizações temporárias de pessoas que tem um mesmo interesse e buscam influenciar as decisões políticas sem necessariamente estarem filiadas a um partido. Muitos movimentos populares de todo o espectro político exercem pressão sobre o Congresso a fim de ter seus interesses atendidos como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), movimento de esquerda que luta pela reforma agrária; e o Movimento Brasil Livre (MBL), movimento liberal-conservador de direita que defende o liberalismo econômico e diminuição do Estado.

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