*Da Redação Dia a Dia Notícia
Entre os meses de janeiro a agosto de 2022, foram registrados 1,4 mil atendimentos de meninos e 3,3 mil meninas, onde menos da metade dos adolescentes entre 12 e 18 anos que procuraram atendimento médico na rede pública é composta por pessoas do sexo masculino. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).
De acordo com o urologista Flávio Antunes, grande parte dos homens não têm o hábito de se consultar com o especialista ou procura atendimento médico somente quando apresenta gravidade no quadro de saúde.
“A exemplo da relação das mulheres com o ginecologista, o urologista ajuda a cuidar da saúde do homem desde a infância e adolescência. Grande parte dessa não procura preventiva de atendimento médico tem a ver com questões sociais e culturais. O fato é que o homem procura menos o médico para consultas de rotina, o que faz com que ele tenha uma expectativa de vida de menor”, destacou Antunes.
No ano de 2021, 2,8 mil jovens entre 12 e 18 anos procuraram atendimento na rede municipal de saúde. Já o número de meninas foi muito maior, sendo 5,5 mil atendimentos durante todo o ano passado.
Para o especialista, é importante que os meninos sejam levados ao urologista desde o primeiro mês de vida e depois na adolescência para acompanhamento de rotina.
“Acredito que com o passar do tempo, as campanhas contribuirão decisivamente para uma mudança de cultura de cuidados à saúde dos meninos, equiparando ao que vemos hoje nos cuidados à saúde das meninas adolescentes. Investimento em saúde não é tratar uma determinada doença, mas evitar mais doenças. Inclusive, aqui em Manaus, a Prefeitura de Manaus ampliou a oferta da vacina contra o HPV para o público masculino de 9 aos 14 anos de idade, igualando à faixa-etária do público feminino”.
Entre as ISTs mais comuns estão sífilis, herpes simples, cancro mole, HPV, linfogranuloma venéreo, gonorreia, tricomoníase, hepatite B e C e HIV. O imunizante disponibilizado diariamente em 171 unidades básicas é importante para que os jovens evitem o vírus que tem potencial para desenvolver diversos cânceres, como o câncer de colo de útero e câncer peniano.
Uma pesquisa inédita realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostra que o número de consultas de meninos adolescentes ao urologista é 18 vezes menor que os atendimentos de ginecologistas a meninas na mesma faixa etária. No ano de 2020, foram registrados 165.925 atendimentos de meninas por ginecologistas e 7.358 de meninos por urologistas.