*Da Redação do Dia a Dia Notícia
O médico Édson Ritta Honorato, de 65 anos, acusado de negligência na morte dos pacientes Melina Seixas e Alan Braga começará a ser julgado nesta terça-feira (9/5), a partir de 20h, no Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM), localizado no bairro Flores, localizado na zona Centro-Sul de Manaus. O caso ocorreu no ano de 2022.
De acordo com informações, o primeiro julgamento será referente à morte da jornalista Melina Seixas. Para o marido da vítima, Darlan Taveira Peres, é revoltante que o profissional ainda continue atuando na medicina. A família de Meline entrou com uma ação contra o médico no conselho.
“O que nos revolta é que mesmo com todos esses indícios, o médico continua atuando em seu consultório normalmente. Sei que nada trará a Melina de volta, mas não queremos que outras famílias passem pelo que estamos passando”, declarou Darlan.
Segundo o depoimento de Peres, que acompanhou a esposa na unidade da clínica Endograstro no dia da morte, as informações concedidas pelo médico e pela equipe de apoio foram poucas e desencontradas. “Disseram que o procedimento era algo simples, e que em 30 minutos ela estaria apta para voltar para casa”, afirmou Taveira.
Caso Meline
Em 05 de fevereiro de 2022 , a comunicadora Melina Seixas procurou a clínica Endograstro de Manaus, localizada no bairro Nossa Senhora das Graças, para o procedimento de implantação de um balão gástrico. O responsável pela cirurgia foi o médico Edson Ritta Honorato.
Segundo Taveira, ao perceber que o procedimento demorava mais do que o informado perguntou ao médico como estava a esposa, e ele respondeu que a paciente estava bem e dormindo. Após isso, Darlan viu entrar na unidade os socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), quando percebeu que havia algo errado. Questionado pelo marido, o médico afirmou que Melina não havia acordado e que havia sofrido uma parada cardiorrespiratória.
Ainda conforme o esposo, Melina foi encontrada dentro da sala de procedimento, no chão, desacordada, com os lábios e rosto roxos, sem nenhum tipo de equipamento de emergência para reanimá-la. As informações que chegaram à família foram somente através da equipe do Samu.
Melina foi removida da clínica de cadeira de rodas, pois a maca não entrava no elevador do prédio e encaminhada para o Hospital Pronto Socorro 28 de Agosto e lá, sofreu outras paradas cardíacas. Enquanto a equipe do hospital alertava que a situação de Melina era muito grave, o médico responsável pelo procedimento, por outro lado, afirmava que ela estava estável.
A vítima veio a falecer no mesmo dia, por volta das 16h10. Após o falecimento o médico não entrou mais em contato com a família até o presente momento.
Caso Alan Leite
Já no dia 6 abril faleceu Alan Leite Braga, aos 65 anos, após passar pelo mesmo procedimento de Melina. Pra os familiares de Alan, o idoso teve uma série de complicações após a cirurgia e não recebeu orientações adequadas do médico Edson Ritta.
A segunda vítima voltado à clínica dias depois pedindo a remoção do balão, mas o médico teria se recusado a tirar. Após uma piora no quadro de saúde, Alan foi levado ao 28 de agosto onde foram constatados uma insuficiência renal e um rompimento no estômago.
O idoso morreu dias depois e a outra família também entrou com uma ação contra o médico, mas o julgamento do Alan ainda não foi marcado pelo CRM.