*Da Redação Dia a Dia Notícia
Março Amarelo é um mês dedicado à conscientização sobre a endometriose, uma doença crônica que afeta cerca de 190 milhões de mulheres no mundo todo, sendo mais de 7 milhões aqui no Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, além das dores físicas intensas e das complicações comuns para a fertilidade, um aspecto frequentemente negligenciado é o impacto emocional e psicológico da endometriose na vida das pacientes.
A condição, que se caracteriza pelo crescimento anormal de tecido semelhante ao endométrio fora do útero, pode levar a dores incapacitantes, limitações na vida social e profissional, dificuldades nos relacionamentos e até depressão e ansiedade.
“O sofrimento causado pela endometriose vai muito além dos sintomas físicos. Muitas pacientes relatam sentimentos de frustração, tristeza e ansiedade intensos devido às incertezas sobre sua saúde e as consequências dos sintomas em sua qualidade de vida”, afirma o Dr. Patrick Bellelis, ginecologista especializado em endometriose e colaborador do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.
A relação entre dor crônica e saúde mental deve ser um ponto de atenção para especialistas da área. Mulheres com endometriose frequentemente enfrentam uma jornada longa até o diagnóstico, o que pode levar a um desgaste emocional significativo logo no começo do enfrentamento. A dor persistente, aliada à falta de compreensão sobre a doença, pode ter repercussões psicológicas profundas.
Tamanho impacto emocional pode se manifestar de diferentes formas, incluindo estresse e alterações no humor. O isolamento social também é uma consequência comum, já que a dor e o desconforto podem interferir na participação em eventos sociais e atividades do dia a dia. Além disso, a falta de reconhecimento e compreensão sobre a condição pode gerar sentimentos de desamparo, intensificando o sofrimento emocional.
“Além dos cuidados ginecológicos, o acompanhamento psicológico é indispensável para a melhora da qualidade de vida destas mulheres. A terapia pode ajudar a paciente a desenvolver estratégias de enfrentamento e ressignificar a dor, promovendo conforto para os momentos críticos e uma melhora geral em seu bem-estar emocional”, reforça Bellelis.