*Da Redação Dia a Dia Notícia
Durante o ano de 2023, Manaus registrou 5.320 casos de sífilis dos tipos adquirida, congênita e em gestantes. Houve uma redução significativa no total de casos da doença do tipo adquirida no ano passado em relação ao ano de 2022. A Infecção Sexualmente Transmissível (IST) é a de maior incidência no município.
Os dados constam em um boletim elaborado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), que traz dados e análises epidemiológicas relativos à doença abrangendo os últimos seis anos, de 2017 a 2023. Em sua segunda edição anual, a publicação foi ampliada, trazendo mais informações e análises, a partir de dados registrados pelas unidades de saúde da rede básica municipal.
Dentre os dados trazidos pelo novo boletim, há destaque à redução no número de casos de sífilis adquirida, em pessoas com idade superior a 13 anos, exceto gestantes, que caiu a 3.254, no ano passado, após chegar a 4.049, em 2022, maior pico de notificações desde 2017. A sífilis em gestantes também teve redução, com 1.666 casos em 2023, 150 a menos que no ano anterior. As reduções, nota a técnica, ocorrem após aumento de casos observado em 2021, em razão da pandemia, e que teve continuidade em 2022.
Porém, os dados do novo boletim também mostram o aumento de casos de sífilis congênita, em crianças menores de 1 ano, registrado em 2022 e 2023, após uma forte queda de 54,9% ocorrida no período de 2017 a 2021. A taxa de incidência desse tipo foi de 9,5 casos para cada mil nascidos vivos, no ano passado, 15,8% maior que a de 2021, que ficou em 8,2.
Infecção
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. A pessoa infectada pode apresentar uma ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), após 10 a 90 dias da infecção. Ela não dói, arde ou coça, e desaparece sozinha.
Se não houver tratamento, mais tarde, podem surgir manchas no corpo, inclusive nas palmas das mãos e pés, além de febre, mal-estar, dor de cabeça, ínguas pelo corpo. Os sinais também somem em poucas semanas, mesmo sem tratamento. Após uma fase latente, sem sintomas, que pode durar de um a 40 anos, o paciente desenvolve lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas. Sem tratamento, a doença pode levar à morte.
Quando ocorre na gestação, a doença pode levar ao parto prematuro ou abortamento espontâneo. Já a sífilis congênita em bebês pode causar surdez, cegueira, alterações ósseas, deficiência mental, entre outras complicações.
O tratamento da sífilis, disponível nas unidades da rede básica de saúde, é feito com o uso da penicilina benzatina. Em gestantes, o tratamento deve começar o mais rápido possível, iniciando pelo menos 30 dias antes do parto.
O uso de preservativo externo ou interno, é a única forma de prevenção da sífilis, por se tratar de agravo sexualmente transmissível.