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Mais de 50 jornalistas e profissionais da mídia foram assassinados no ano de 2022

*Franciane Silva – Da Redação Dia a Dia Notícia

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) registrou no ano de 2022 cerca de 59 assassinatos de jornalistas e profissionais da mídia em todo o mundo, sendo 12 a mais do que no ano de 2021. No Brasil, foi registrada a morte do jornalista britânico Dom Phillips no Vale do Javari, onde foi assassinado junto ao indigenista Bruno Pereira.

Nesta quarta-feira, 2 de novembro, se comemora o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade de Crimes contra Jornalistas. Os países que apresentam os maiores níveis de violência contra jornalistas são Afeganistão, RDC, Haiti, Índia, México, Kosovo, Paquistão, Palestina, Filipinas, Rússia, Turquia, Ucrânia e Iêmen.

Em diversas partes do mundo e até mesmo no Brasil, jornalistas continuam sendo atacados, espancados, detidos, perseguidos e ameaçados por fazerem o seu trabalho. De dez assassinatos de jornalistas, nove permanecem impunes.

Além de ataques físicos, ameaças contínuas à segurança digital de jornalistas que incluem ataques cibernéticos, roubo de dados, hackers e assédio on-line também colocam em risco os profissionais de mídia.

Apesar de existir um Plano de Ação da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a segurança de jornalistas e a questão da impunidade, ainda não há um ambiente livre e seguro para jornalistas e trabalhadores da mídia. Também não há um instrumento legal que obrigue os Estados membros a investigar e responder a ataques contra jornalistas.

Dom Phillips e Bruno Pereira

O jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira desapareceram no mês de junho de 2022, durante o trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a Cidade de Atalaia do Norte no estado do Amazonas. O desaparecimento foi comunicado no dia 6 de junho pela União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja).

Os dois chegaram no Lago do Jaburu no dia 3 de junho para visitar a equipe de Vigilância Indígena. No dia 5, Pereira e Phillips deixaram o lago e partiram para a comunidade São Rafael, onde o indigenista participaria de uma reunião. Pelo que consta nas informações trocadas via Dispositivo de Comunicação Satelital SPOT, eles chegaram ao destino por volta de 6h.

Após conversarem com uma local, ambos recomeçaram o trajeto de retorno à Atalaia do Norte e não foram mais vistos. A primeira expedição de busca por Pereira e Phillips foi realizada por equipes formadas por indígenas “extremamente conhecedores da região” às 14h do dia 5, segundo informou a Univaja.

Após o comunicado de desaparecimento, o Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento administrativo para apurar o desaparecimento e acionou a Polícia Federal, a Polícia Civil, a Força Nacional, a Frente de Proteção Etnoambiental Vale do Javari, e a Marinha do Brasil.

No dia 8 de junho, a PF confirmou que equipes envolvidas na operação prenderam em flagrante o primeiro suspeito, Amarildo da Costa de Oliveira, 41 anos, por posse de munição de uso restrito. As autoridades também apreenderam uma embarcação de sua propriedade.

Oseney Costa e Amarildo Costa, presos pela morte de Dom e Bruno. Foto: Reprodução

No barco foram encontrados vestígios de sangue, posteriormente encaminhados para análise pericial pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal. Para comparar com o sangue identificado, os agentes coletaram material genético de referência de ambos os desaparecidos. O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) decretou a prisão temporária de Amarildo, conhecido como “Pelado”, por 30 dias.

No dia 10 de junho, as equipes que integram a Operação Javari localizaram “material orgânico aparentemente humano” no Rio Itaquaí, próximo ao porto de Atalaia do Norte. O conteúdo também foi encaminhado para perícia. No dia 12 de junho, a Polícia Federal confirmou que localizou objetos pessoais da dupla desaparecida próximos ao rio.

Segundo a nota divulgada pela PF, nas buscas “foram percorridos cerca de 25 km, com procuras minuciosas pela selva, em trilhas existentes na região, áreas de igapós e furos do Rio Itaquaí”. No mesmo dia, a Univaja informou que uma embarcação, possivelmente pertencente a Amarildo, foi encontrada na região do desaparecimento e encaminhada para a Polícia Federal.

A força-tarefa formada por órgãos de segurança e defesa encarregada de identificar o paradeiro do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips pelo Vale do Javari, no oeste do Amazonas localizou os corpos da dupla, que realizava uma apuração jornalística na região. As agências também conseguiram localizar a lancha utilizada na fuga dos assassinos Oseney da Costa de Oliveira e Amarildo ‘Pelado’ da Costa Oliveira.

De acordo com a Polícia Federal (PF), o depoimento de Amarildo foi a principal fonte para dar fim aos onze dias de busca. Ele e seu irmão Oseney foram autores confessos do assassinato, que sucedeu uma série de ameaças contra Bruno Pereira. O indigenista já havia cruzado com os dois em momentos anteriores na região, onde flagrou os irmãos realizando pesca ilegal. A perícia da PF também localizou sangue na lancha de Amarildo.

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