*Da Redação do Dia a Dia Notícia
A poucos dias das eleições na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro ordenou o bloqueio de diversos sites de notícias independentes, conforme denúncias de uma organização não governamental e do sindicato da imprensa.
A VE Sin Filtro, organização especializada em monitoramento de censura na Internet, relatou que as principais operadoras de internet estatais e privadas venezuelanas impuseram restrições aos sites Tal Cual, El Estímulo, Runrunes, Analítico e Mediaanálisis. O próprio site da VE Sin Filtro, braço da ONG Conexión Segura y Libre, também foi alvo das medidas.
O bloqueio começou por volta das 12h locais (13h de Brasília) desta segunda-feira (22), de acordo com a organização. O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP) confirmou essas informações, apontando a ação como uma tentativa de silenciar a mídia independente no período crítico que antecede as eleições.
A imprensa local afirma que a ordem partiu da Conatel (Comissão Nacional de Telecomunicações), o órgão regulador das telecomunicações no país. Segundo relatos, os sites estão bloqueados para IPs venezuelanos, impossibilitando o acesso local às informações neles contidas.
Além dos portais mencionados, a mídia venezuelana destaca que pelo menos três sites dedicados à checagem de notícias falsas, Espaja.com, Cazadores de Fake News e Observatorio Venezolano de Fake News, também enfrentam restrições. Os dois primeiros foram bloqueados no início da campanha eleitoral, levantando preocupações sobre a transparência e a integridade do processo eleitoral.
A censura imposta pelo governo Maduro ocorre em um momento crucial para o futuro político do país, acentuando as tensões entre o regime e os defensores da liberdade de imprensa. A comunidade internacional observa de perto, enquanto grupos de direitos humanos e entidades jornalísticas denunciam as ações como uma grave violação da liberdade de expressão e do direito à informação.