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Lula critica operação Lava Jato, reconhece erros do governo Dilma e chama Bolsonaro de “bobo da corte”

Foto: Reprodução/TV Globo
*Lucas dos Santos – Da Redação Dia a Dia Notícia

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência da República, fez duras críticas à operação Lava Jato durante sua entrevista ao Jornal Nacional. O petista foi o terceiro presidenciável entrevistado pelo programa, após o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT). Lula, contudo, driblou algumas perguntas sobre corrupção, tema que tomou cerca de 15 minutos do total. O ex-presidente também reconheceu erros da gestão de Dilma Rousseff (PT) e criticou Bolsonaro, o chamando de “bobo da corte”.

O primeiro tema levantado pelos entrevistadores Willian Bonner e Renata Vasconcellos foi a questão da corrupção. Foram relembrados escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras durante a gestão petista. Lula não respondeu diretamente, a princípio, buscando relembrar que criou mecanismos de combate à corrupção em seu governo.

Lula afirmou que durante seu governo foi criado o portal da transparência e leis de combate ao crime organizado, bem como foi definida a Controladoria-Geral da União como ministro responsável por fiscalizar os poderes.

“Foram todas medidas tomadas no meu governo, além de que o Ministério Público era independente, e além de que a Polícia Federal recebeu no meu governo mais liberdade do que em qualquer outro governo da história”, afirmou Lula.

O ex-presidente comentou a questão do Mensalão afirmando que “se alguém comete um erro, investiga-se, apura-se, julga, condena ou absolve”. Nesse mesmo ponto, Lula criticou a Operação Lava Jato, afirmando que ela se encaminhou por um “caminho político” que tinha como objetivo condená-lo.

Willian e Renata reiteraram a questão, perguntando se o ex-presidente reconhecia que houve corrupção durante o governo petista. O ex-presidente respondeu afirmando que “você não pode dizer que não houve corrupção se as pessoas confessaram”.

Lula garantiu que, caso seja eleito, quem cometer crimes será investigado e punido caso seja provada culpa. O candidato aproveitou a questão para criticar atos do presidente Jair Bolsonaro, relembrando os sigilos de 100 anos em inquéritos envolvendo aliados como o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazzuello.

Erros de Dilma

Ao abordar a gestão de Dilma Rousseff, marcada pela crise econômica e política de 2014, Lula afirmou que sua sucessora teve “um primeiro mandato presidencial extraordinário”, mas pontuou erros de sua política econômica, principalmente envolvendo os preços dos combustíveis. Contudo, o petista culpou o péssimo segundo mandato de Dilma ao ex-deputado Eduardo Cunha (MDB), então presidente da Câmara Federal, e ao então senador Aécio Neves (PSDB).

“Dilma cometeu equívocos na questão da gasolina, ao fazer R$ 540 bilhões de desonerações em isenção fiscal. Quando ela tentou mudar, ela tinha uma dupla dinâmica contra ela. O Eduardo [Cunha], presidente da Câmara, e o Aécio no Senado, que trabalharam o tempo inteiro para que ela não fizesse mudança”, disse.

Apesar disso, Lula ainda afirmou que foi durante a gestão de Dilma que o Brasil atingiu o menor nível de desemprego e que ela é uma das pessoas pelas quais ele “mais tem respeito”.

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Diálogo no Congresso e “bobo da corte”

Questionado se pretenderia manter uma aliança com o Centrão, bloco formado por partidos fisiológicos existente desde 1988, Lula disse que o bloco “não é um partido político”, mas que irá conversar com os partidos individualmente. O ex-presidente ainda afirmou que eram apenas partidos políticos no Congresso “o PT, o PCdoB, talvez o PSol, o PSB. Porque quase todos os outros partidos são cartoriais. São cooperativas de deputados que se juntam em determinadas circunstâncias”.

Os apresentadores relembraram que a relação do PT com o Congresso resultou em processos de compra de parlamentares como o Mensalão. Lula respondeu com outra pergunta, questionando se o Mensalão era pior que o Orçamento Secreto, que ocorre no governo Bolsonaro.

“Quem ganhar as eleições […] vai ter que conversar com o Congresso Nacional. Não conversar com o Centrão, porque o Centrão não é um partido político. Você vai conversar com os partidos separados”, afirmou.

Questionado novamente sobre como evitaria escândalos de corrupção, Lula respondeu que usaria denúncias e punição.

“O que é grave é quando a corrupção fica escondida”, respondeu o ex-presidente.

Lula chamou o orçamento secreto de “usurpação do poder”, afirmando que o presidente Bolsonaro não manda mais no governo, sendo apenas um “bobo da corte”.

“O Bolsonaro é refém do Congresso Nacional. O Bolsonaro sequer cuida do orçamento. Quem cuida é o [Arthur] Lira (presidente da Câmara), é ele quem libera a verba. O ministro liga pra ele, não liga pro presidente da República. Isso nunca aconteceu desde a Proclamação da República. […] o Bolsonaro parece um bobo da corte, ele não coordena o orçamento”, afirmou Lula.

O petista afirmou que o orçamento secreto tornou gestores de executivo reféns, não só o presidente da República como também governadores e prefeitos e que iria “acabar com isso” caso seja eleito novamente.

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