*Da Redação Dia a Dia Notícia
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou nesta terça-feira (13/12) mais três nomes fortes de seu governo. O ex-ministro Aloizio Mercadante (PT) foi anunciado como futuro presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O economista Gabriel Galípolo será o secretário executivo do Ministério da Fazenda, abaixo apenas do ministro Fernando Haddad (PT). Para o recriado Ministério da Cultura, Lula convidou a cantora baiana Margareth Menezes, que aceitou o convite na manhã de hoje.
O primeiro anúncio foi o de Margareth, cujo convite já havia sido feito há alguns dias. Nesta manhã, a artista confirmou sua presença no gabinete do governo Lula aos jornalistas presentes no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde está concentrada a equipe de transição do novo governo.
“Foi uma conversa muito animadora para a gente que é da cultura. Nós conversamos e eu aceitei a missão. Recebo isso como uma missão, até porque foi uma surpresa para mim também”, disse a cantora.
A baiana é a primeira mulher a ser anunciada como parte da equipe ministerial de Lula. Durante a campanha, Lula prometeu a criação de comitês regionais de cultura para promover artistas e iniciativas locais, que “fujam do eixo Rio-São Paulo”.
Aos jornalistas, a futura ministra disse ainda que será preciso, primeiro, “levantar” o ministério e estudar áreas setoriais para “fazer a cultura do Brasil reconhecida nacionalmente e internacionalmente”.
Segunda indicação
O segundo anúncio do dia foi o de Gabriel Galípolo para a secretaria executiva do Ministério da Fazenda. A informação foi confirmada por Fernando Haddad, futuro ministro da pasta, após sair de um almoço com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
Segundo posto mais importante no Ministério da Fazenda, o secretário executivo conversa diretamente com o ministro, tanto para auxiliar em decisões sobre políticas econômicas como para resolver assuntos internos e administrativos da pasta.
Desde fevereiro deste ano, Galípolo é conselheiro econômico na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Antes disso, o economista foi presidente do Banco Fator por quatro anos, de 2017 a 2021, tendo deixado a instituição após o BTG Pactual comprar a Fator Corretora.
Consultor na área de parcerias público-privadas (PPP), Galípolo ocupou cargos no governo do estado de São Paulo na gestão José Serra. Em 2007, chefiou a Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos. No ano seguinte, dirigiu a Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria estadual de Economia e Planejamento.
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Mercadante no BNDES
A confirmação de Aloizio Mercadante no BNDES ocorreu durante evento de encerramento dos trabalhos de transição, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília. A confirmação não foi bem recebida pelo mercado financeiro, o qual teme que o ex-ministro mantenha o padrão de gestão de quando foi titular de pastas no governo Dilma Rousseff (PT). Outro fator que gera desconfiança no mercado é o fato de Mercadante ser um economista formado na Universidade de Campinas (Unicamp), considerada não tradicional e não liberal.
O primeiro anúncio de Lula ao indicar Mercadante, inclusive, foi o fim das privatizações no Brasil.
“Vai acabar as privatizações nesse país. Já privatizaram quase tudo, mas vai acabar e vamos provar que algumas empresas públicas vão poder mostrar a sua rentabilidade. Eu, Aolizio Mercadante, ouvi críticas sobre boatos de que você vai ser presidente do BNDES. Eu quero dizer para vocês que não é boato. O Aloizio Mercadante será presidente do BNDES”, disse Lula a uma plateia formada por jornalistas e centenas de integrantes dos grupos de trabalhos.
Em seguida, o presidente eleito reforçou a visão que pretende implementar no banco público. “Estamos precisando de alguém que pense em desenvolvimento, de alguém que pense em reindustrializar esse país, em inovação tecnológica, em financiamento ao pequeno, médio e grande empresário”, disse.
Pouco antes de ser anunciado como futuro presidente do BNDES, Mercadante, que foi coordenador dos grupos de trabalho na transição, também fez um balanço dos trabalhos e informou que os relatórios temáticos entregues possuem 23 páginas apenas com sugestão de normas a serem revogadas.
“Os relatórios temáticos são riquíssimos. Os preliminares e os finais, que chegaram ontem, seguramente é o melhor ponto de partida que o ministro poderá ter para iniciar sua gestão. Só de revogaço tem 23 páginas. Estamos passando por uma peneira bem fina para avaliar cada medida e suas implicações, e agora vão para os novos ministro, que vão reanalisar o que está ali e decidir junto com o presidente o que será revogado”, disse.