A atriz Lucélia Santos, conhecida internacionalmente pelo seu papel como Isaura, na novela de 1976 da Globo, contou ao programa “Conversa com Bial”, nesta sexta-feira, 31, que foi vítima de uma espécie de fake news antes do período da internet.
“Um pouco em função do sucesso demasiadamente grande que eu tive na minha carreira, e sucesso internacional, que é um caso específico na história dos atores brasileiros, eu acho que gerei um certo nível de rejeição, ciúme e inveja, e fui vítima de um tipo de fake news, das pessoas terem uma necessidade de falar mal de mim e me difamarem por coisas que eu não fiz”, avaliou.
“Escrava Isaura” foi exibida em países da América Latina, Europa e até mesmo na China, o que fez Lucélia torna-se conhecida mundialmente. Bial contou que o sucesso da atriz possibilitou a sua entrada na Albânia, último país socialista da União Soviética, nos anos 1980, só porque os albaneses simpatizavam com o Brasil.
Outra história é sobre o cessar-fogo diário que foi imposto na guerra da Bósnia, para que os dois oponentes pudessem assistir a novela “em paz”. Até o líder cubano Fidel Castro era fã do folhetim.
Apesar dos benefícios da fama, Lucélia explicou que isso a prejudicou profissionalmente.
“Essa difamação acabou virando uma certa concretude contra mim, profissionalmente. E venho pensando bastante nisso, porque há uma semelhança entre essa fake news da era pré-internet, e pré-redes sociais, com a de agora, que vem do mesmo sistema e do mesmo desempenho humano de rejeitar ou de querer atacar e rechaçar alguém”, concluiu.
