Lucas dos Santos, da Redação Dia a Dia Notícia
A retomada do Afeganistão pelo grupo extremista Talibã gerou preocupação na comunidade internacional. A escalada do domínio do grupo no país chegou ao ápice no último domingo (15), quando o grupo invadiu a capital do país, Cabul, provocando uma fuga em massa do lugar.
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que o Afeganistão não pode voltar a ser “refúgio de terroristas”. Em discurso transmitido pelas emissoras de televisão, Macron afirmou que a situação “é um desafio para a estabilidade e paz internacionais e faremos tudo com a Rússia, os Estados Unidos e a Europa para cooperar eficazmente, uma vez que os nossos interesses são os mesmos”. Apesar do discurso, o presidente negou a possibilidade de intervenção.
A primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, ressaltou que todos erraram na análise do avanço do Talibã no Afeganistão e chamou a situação de “amarga, dramática e aterrorizante”. A Alemanha deve repatriar 10 mil pessoas, incluindo mais de 2,5 mil afegãos que ajudaram as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), além de advogados e militantes de direitos humanos.
No Reino Unido, o secretário de Defesa, Ben Wallace, admitiu que não irá conseguir tirar todos os seus aliados do país. Ele estimou que 4 mil pessoas, entre britânicos e afegãos aliados. Um porta-voz do primeiro-ministro, Boris Johnson, negou que tenha havido falhas no sistema de inteligência, que estimou que a queda de Cabul levaria mais tempo.
O presidente americano, Joe Biden, em pronunciamento feito no final desta tarde (16), admitiu que a ação do Talibã pegou os Estados Unidos de surpresa. A decisão de Biden de retirar o restante das tropas americanas do Afeganistão, processo iniciado pelo ex-presidente Donald Trump, fez o Talibã ganhar força e, rapidamente, dominar o país. Apesar das críticas, Biden sustentou sua posição e disse que “os EUA não podem participar e morrer em uma guerra em que nem o próprio Afeganistão está disposto a lutar”.
Enquanto os países ocidentais evitam reconhecer o Talibã como novo governo do Afeganistão, a China e a Rússia tem demonstrado que continuarão a manter relações com o país. A porta-voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying, informou que o país “respeita o direito do povo afegão a decidir seu próprio destino e futuro e deseja seguir mantendo relações amistosas e de cooperação com o Afeganistão”. Já o encarregado russo para o Afeganistão, Zamir Kabulov, deve se reunir amanhã com os talibãs para decidir o reconhecimento do governo por parte da Rússia.
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*Com informações de G1 e Metrópoles