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Líder indígena diz que marco temporal vai permitir “roubo de terras”

Foto: Cristiano Mariz/O Globo

Aos 65 anos de idade, Davi Kopenawa é uma das principais faces do movimento indígena brasileiro, reconhecido internacionalmente. Seu papel de líder começou no fim da década de 1980. Nos anos 90, foi uma das vozes mais fortes na demarcação da Terra Indígena Yanomami. Em 1992, ajudou a denunciar o massacre de Haximu, quando 12 indígenas yanomami foram mortos por garimpeiros.

Em Brasília, ele ajuda na mobilização de milhares de indígenas para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a votar contra a tese do marco temporal para demarcação de terras indígenas. A tese afirma que os povos originários só poderiam reivindicar novas áreas se houvesse comprovação de que eles as ocupavam no dia da promulgação da Constituição Federal, 05 de outubro de 1988. A tese é defendida por ruralistas e criticada por ativistas como Kopenawa. O julgamento começou na semana passada e deve ser retomado em 01 de setembro.

Em entrevista ao jornal O Globo, Kopenawa afirmou que o marco temporal “vai permitir que continuem roubando nossas terras”. O ativista fez duras críticas ao governo federal. Em sua opinião, apoio de Bolsonaro ao garimpo em detrimento dos povos indígenas fez com que aumentassem as invasões, a ameaça a aldeias e a destruição da natureza.

Sobre a situação da Amazônia, Kopenawa se mostra pessimista.

“Faz 40 anos que os brancos dizem pra nós que o futuro vai ser melhor, mas eles só estragaram a beleza da nossa floresta, do Brasil, estragaram a beleza da Amazônia. O futuro não vai ter árvore nativa. Não vai ter caça da terra e peixe nos nossos rios. Não vai ter água limpa para o branco e nem pros índios. O futuro vai ser pior. Eu estou falando isso porque eu sou xamã. Eu sonho, eu enxergo. O futuro da Amazônia vai ser triste.”

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*Com informações de Estadão

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