O Ministério Público do Estado do Amazonas, apor meio de sua 47ª Promotoria de Justiça de Fundações e Massas Falidas, instaurou procedimentos para apurar os casos envolvendo prédios de três entidades tradicionais, ligadas à história de Manaus: o Rio Negro Clube, o Ideal Clube e o Nacional Fast Clube. Os procedimentos têm o objetivo de apurar a venda ou o anúncio dos respectivos prédios dessas entidades.
Sobre o Rio Negro, a titular da 47ª PJ, Promotora de Justiça Kátia Oliveira, explica que tomou conhecimento, por intermédio de veículos de imprensa, que a sede do clube, localizada em frente à Praça da Saudade (Avenida Epaminondas, 570 – Centro), será leiloada no dia 30 de novembro de 2020, por decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT11).
A 47ª PJ instaurou Inquérito Civil para apurar a regularidade da situação, podendo culminar, caso seja considerado necessário, em ação judicial visando corrigir irregularidades ou anular o leilão como um todo.
Em relação ao Nacional Fast Clube, também foi aberto um Inquérito Civil para apurar a legalidade da venda da antiga sede, localizada no Boulevard Amazonas, para uma igreja. Segundo a Promotora Kátia Oliveira, a diretoria do clube informou que o dinheiro da venda do prédio serviu para a compra de uma nova sede, localizada em outro endereço.
Da mesma forma será iniciada investigação sobre a destinação do prédio do Ideal Clube, localizado na avenida Eduardo Ribeiro, Centro. Segundo a Promotora, “Todas essas sedes são patrimônio histórico tombado, portanto aquele que quiser comprar não vai poder fazer nada no local, pois tem que preservar o patrimônio dessa cidade. Está na hora de nós apurarmos e entendermos o que está acontecendo com o futebol amazonense e o por quê dessa pressão para os clubes venderem suas sedes.”
Dívidas milionárias
A sede do Clube Rio Negro foi a leilão por conta de dívidas com a Receita Federal em 2013 e 2015. Neste ano, o Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região colocou as dependências do clube a leilão, para abatimento de dívidas.
O Clube Rio Negro se pronunciou por meio de nota nas redes sociais e gerou comoção por parte dos manauaras. A nota assegura que a medida será para um bem maior: tirar o clube do “vermelho”.
De acordo com o presidente Jefferson Oliveira, a sede está avaliada em R$ 80 milhões e será leiloada, após acumular dívidas trabalhistas que chegam a cerca de R$ 9 milhões.