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‘Laboratório Musical’ dá dicas de como trilhar uma carreira artística de sucesso

Quase todo mundo já pensou em ser um artista famoso com uma carreira de sucesso. Muitos desacreditam que é possível e apenas seguem o fluxo. Na contramão deste pensamento, o Laboratório Musical – Talent Show refuta esse senso comum e mostra que com estudo, gerenciamento de carreira, preparação e aquela pitada de criatividade é possível sim, ser um artista de sucesso.

De acordo com a idealizadora do projeto e produtora cultural, Jôci Carvalho, a maratona de workshops e imersões do projeto contemplado pela lei Aldir Blanc, busca agregar valores às carreiras de cantores(as), em Manaus. “Nesta primeira edição, quatro artistas amazonenses foram selecionados para participar desse Laboratório. A ideia é contribuir para a cena artística local com um levante de artistas e novos talentos mais aptos a enfrentar o concorrido mercado musical brasileiro”, diz a profissional que ministrou a oficina de Gerenciamento de Carreira nesta fase do Talent Show.

Ir além das cartilhas de criação de carreiras e aprendizado e de como nadar entre os tubarões do mercado também permeia a missão do Lab, carinhosamente chamado pelos profissionais envolvidos no projeto. Do marketing pessoal ao domínio dos palcos, passando por estratégias de empreendedorismo, assuntos sempre discutidos em filmes e séries direcionados à carreira, alguns outros aspectos pedem aprofundamento e nisso, até a psicologia é aplicada para moldar o artista ao novo.

Experimentação 

O módulo que trata da interpretação ficou sob a responsabilidade do experiente Kid Mahall, ator, apresentador e jornalista, conhecido por suas atuações em diversas áreas culturais do Amazonas.

“Nesse módulo vamos adquirindo e apreendendo conhecimento para o final. Mas, nosso aprendizado é contínuo. Sugiro que os artistas saiam da zona de conforto, que experimentem o novo, deixem esse novo vir, embora num primeiro momento você não aceite e isso cause desconforto. Mas permita-se a esse novo”, convida Mahall.

A  quebra de paradigmas e dogmas é incentivada por Kid, sempre visando a busca pela evolução e descoberta  da identidade. “A experimentação é o mote desse laboratório. Como todos estão experimentando e não há referências, esse é o momento de se permitir ao novo”.

Durante as aulas, Kid chama a atenção para a concentração e disciplina e afirma, que o artista que tem esse poder aliado ao talento e estudo, pode alcançar alta performance.

Despertar para uma grande performance 

O principal objetivo dos workshops de musicalização foi o de despertar nos alunos, o desejo de se desenvolver para atuar como cantores de grande performance, explica a preparadora vocal Fernanda Sena. “Nas aplicações das aulas no workshop focamos em conteúdos de técnica vocal específica para gravação de single e apresentação de shows. Cada workshop tem uma especificidade. Em ‘O processo do canto’, o tema trouxe quais os passos assertivos para usar o aparelho fonador e ter mais fôlego para alcançar notas mais longas, mais agudas e nuances vocais mais complexas. Ter cuidado com o aparelho fonador fará com que os alunos tenham uma melhor saúde vocal e consigam ter muito mais produtividade e com certeza menos problemas de erros vocais e dores, tanto vocais quanto corporais”, disse Fernanda.

“O Workshop ‘Etiqueta Musical’ foi criado por mim para ajudar os alunos a entenderem que cada um tem sua etiqueta, sua marca. A etiqueta de que cada artista é único e pode ser comercializada como uma peça única no mercado fonográfico. Já em etiqueta comportamental, eles aprendem o que fazer e o que não fazer no palco, na carreira e em uma entrevista por exemplo.”, resume a profissional.

Segundo Fernanda, com os workshops os alunos conseguiram identificar sua personalidade musical. “Eles se aperfeiçoaram nos seus estilos e identidades, para assim construir uma carreira consolidada”, enfatizou.

Sonorização

Colado a técnica vocal, um bom conhecimento da parte técnica de um evento, de qualquer porte, pode fazer o diferencial na carreira de um intérprete. A oficina ministrada pelo experiente Pedro Chaves, o Pedrão do Som, teve o intuito de levar aos alunos algumas informações técnicas.

“Recebi o convite para o projeto e topei sabendo que seria o primeiro contato de alguns alunos com o mundo da sonorização. Também foi minha primeira vez como oficineiro, mas levei ‘os mais de 40 anos’ de experiência para as aulas”, comentou Chaves.

“É importante mostrar ao artista, ou futuro artista, a necessidade de ser acompanhado por um bom técnico de som e um conhecimento básico dos equipamentos. O que se pode exigir do contratante e da casa de show, como elaborar um rider técnico  (mapa com informações de equipamentos necessários ao espetáculo e posicionamento), que microfones usar e até mesmo como segurar um microfone”, disse o sonorizador.

“Em tempos de pandemia, até a higienização de equipamentos e microfones teve lugar na oficina. Tudo isso contribui para um bom evento e uma boa convivência entre músicos, técnicos e contratantes. O feedback foi o melhor possível e sei que os alunos irão levar esse conhecimento para o futuro em suas carreiras”, finalizou Pedrão.

Além de uma boa apresentação

Para o especialista em psicologia positiva e desenvolvimento humano, Raimundo Amaral, um bom marketing vai além de uma boa apresentação. “Meu papel no projeto foi o de levar reflexões e introduções a temas do momento atual, como o novo mercado de arte em tempos de isolamento, o comportamento do consumidor de arte, do contratante, dos fornecedores e do próprio artista”, disse.

“A maior parte da minha contribuição não é focar no embasamento teórico em marketing ou de carreiramento artístico, será tudo muito situacional, sobre coisas vividas e vivenciadas. Baseados nisso, tentaremos ajudar os artistas em suas evoluções e escolhas quanto ao marketing pessoal. Como se comportar e se posicionar como artista para o mercado, redes sociais ou palco”, explica Amaral.

Essas escolhas incluem também o segmento/gênero escolhido para atuação. “É tudo muito voltado a mudar o mindset, chegar mais próximo do mindset 4.0, uma visão mais associada àquilo que o mercado espera e de quem se propõe a promover qualquer tipo de emoção. O artista é um promotor de emoções e essas vêm de dentro e às vezes focamos mais na imagem externa. Nosso trabalho fica em torno dessa  linha de atuação” resumiu o especialista.

Descobrir pessoas além do talento

“O propósito do laboratório não é só transformar o artista em empreendedor. Apesar de que este deve saber da necessidade de se ver como produto. O gerenciamento é necessário para que estes saibam como tocar sua carreira. Mas ainda há a capacitação técnica, o marketing. Tudo isso é imprescindível no mundo profissional”, afirma Jôci.

“Nosso Estado é pouco conhecido por sua identidade musical e poucos artistas conseguem ascensão e visibilidade nacional. Precisamos valorizar nossos talentos e fazer com que nossos artistas sejam vistos em todo o país. É com essa ideia que o grupo Pactum quer contribuir com a cultura amazonense”, disse Jôci.

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