*Da Redação do Dia a Dia Notícia
O Tribunal de Jutiça do Amazonas (TJAM) decretou a prisão preventiva de Cleusimar Cardoso e Ademar Farias, mãe e irmão de Djidja Cardoso, ex-item do Boi Garantido que foi achada morta na terça-feira (28/05). Além deles, três funcionários do salão de beleza Belle Femme, onde Djidja era sócia, também foram presos: Verônica da Costa Seixas, Marlisson Vasconcelos Dantas e Claudiele Santos da Silva.
Os crimes listados no mandado de prisão para prender preventivamente os cinco envolvidos são “estupro”, “associação para o tráfico de drogas” e “venda de drogas”. O mandado foi expedido na quarta-feira, 29, pela central de plantão criminal do TJAM, conforme reportagem da Revista Cenarium.
Além da prisão, a Justiça determinou a busca e apreensão na residência dos familiares da ex-item do Boi Garantido. Veja os alvos dos mandados:
- Ademar Farias Cardoso Neto, irmão de Djidja Cardoso;
- Cleusimar Cardoso Rodrigues, mãe de Djidja Cardoso;
- Verônica da Costa Seixas, gerente do salão de beleza Belle Femme;
- Marlisson Vasconcelos Dantas, cabeleireiro do salão de beleza Belle Femme;
- Claudiele Santos da Silva, maquiadora do salão de beleza Belle Femme.
O documento não especifica quais crimes são atribuídos a cada um dos envolvidos. No caso do irmão de Djidja, Ademar, são mencionados os seguintes crimes: Artigo 213 da Lei 2.848 (estupro), Inciso 1º do Artigo 35 da Lei 11.343 (associação criminosa) e Inciso 1º do Artigo 35 da Lei 11.343 (tráfico de drogas).
O Artigo 213 da Lei N° 2.848 trata de “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”, com pena de seis a dez anos de reclusão.
Outro crime citado é o tipificado no Inciso 1º do Artigo 35 da Lei N° 11.343, sobre associação criminosa para o tráfico de drogas. “Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei”. A pena é de três a dez anos de reclusão, e multa de R$ 700 a R$ 1,2 mil.
O crime tipificado no Inciso 1º do Artigo 33 também é imputado, referente à produção e comercialização de tráfico de drogas: “Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”. A pena é de cinco a 15 anos de reclusão, e multa de R$ 500 a R$ 1,5 mil.
O mandado de prisão também ordena que operadoras de telefonia disponibilizem informações sobre os alvos dos mandados.
Investigação
Djidja Cardoso, de 32 anos, faleceu na terça-feira, 28, na casa onde morava, no bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus. Segundo a polícia, a “causa da morte ainda não foi determinada e só poderá ser confirmada após a realização do exame necroscópico”. Uma equipe policial esteve na residência da empresária para iniciar os procedimentos investigativos necessários.
Um relatório preliminar do Instituto Médico Legal (IML) indica que a causa da morte é considerada “indeterminada”, causada por “depressão dos centros cardiorrespiratórios centrais bulbares; congestão e edema cerebral”.
A morte da empresária revelou conflitos familiares que antes eram conhecidos apenas nos bastidores. No Facebook, a empresária Cleomar Cardoso, tia de Djidja, acusou a mãe de Djidja, Cleusimar Cardoso, e funcionários do salão Belle Femme de omissão de socorro por impedirem a internação da vítima, que era dependente química. Djidja era proprietária da unidade do salão em Manaus.
“A casa dela [de Djidja] na Cidade Nova se tornou uma ‘cracolândia’. Toda vez que tentávamos internar a Djidja, éramos impedidos pela mãe e pela quadrilha de alguns funcionários que fazem parte do esquema deles. A mãe dela sempre dizia para nós não interferirmos na vida deles e que ela sabia o que estava fazendo, ficamos de mãos atadas. E está do mesmo jeito lá, todos se drogando na casa dela”, afirmou.
Familiares alegam que Djidja, sua mãe Cleusimar, e seu irmão Ademar, juntamente com uma cunhada, usavam substâncias ilícitas em rituais para alcançar uma “catarse” e se conectar com seu verdadeiro eu e com o além, além de acreditarem que se curavam de doenças e mazelas usando drogas e medicamentos.
Um Boletim de Ocorrência (B.O) registrado no dia 24 de abril deste ano, no 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP), em Manaus, mostra que familiares denunciaram o cárcere privado de Djidja. Tias de Djidja acusaram o irmão Ademar de ser o fornecedor de drogas.
*Com informações da Revista Cenarium