*Da Redação do Dia a Dia Notícia
Em uma reviravolta para os preparativos do 58º Festival Folclórico de Parintins, o juiz André Marques, do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região, autorizou provisoriamente o uso de guindastes pelas agremiações Caprichoso e Garantido. A decisão, proferida nesse domingo (22), permite que os bois utilizem os equipamentos na montagem e execução de alegorias, contrariando um pedido inicial do Ministério Público do Trabalho (MPT).
A medida do juiz André Marques suspende a liminar do MPT, que buscava proibir o uso dos guindastes por falta de documentação de segurança e solicitava multas diárias em caso de descumprimento. Durante a audiência, que reuniu representantes dos bois, MPT, Secretaria de Estado de Cultura, Corpo de Bombeiros e Procuradoria-Geral do Estado, ambos os bois apresentaram documentos técnicos e jurídicos para comprovar a regularidade dos equipamentos. O Corpo de Bombeiros, inclusive, validou o uso e se prontificou a assumir a responsabilidade técnica.
Apesar da validação dos Bombeiros, o MPT manteve sua posição contrária, citando acidentes anteriores com guindastes no estado, incluindo um fatal em Manacapuru e outro durante o festival do ano passado. “Não se trata apenas de estética. Estamos falando de vidas humanas. Se os bombeiros autorizarem, a responsabilidade será exclusivamente deles”, afirmou a promotora Fabíola Almeida, enfatizando a preocupação com a segurança.
O impasse se intensificou ao se constatar que o Boi Caprichoso planeja elevar pessoas com os guindastes, enquanto o Garantido os usará apenas para movimentação de alegorias. O uso desses equipamentos tem sido um recurso cênico fundamental para os projetos visuais e narrativas artísticas do festival.
Com a decisão favorável, os trabalhos, que estavam paralisados nas áreas de concentração dos bumbás, na manhã de domingo, devem ser retomados. Uma inspeção judicial foi agendada para quarta-feira (25) no Bumbódromo, onde o juiz André Marques avaliará presencialmente as condições de uso dos equipamentos. A decisão final sobre a liberação ou não dos guindastes será tomada após essa vistoria.
