Uma denúncia de prática de “rachadinha” dentro da TV Encontro das Águas (antiga TV Cultura) foi formalizada pela jornalista e advogada Nauzila Campos. De acordo com a denunciante, o diretor-presidente da TV pública, Oswaldo Lopes, e seu “comparsa”, o servidor concursado Weber Alves, desviam dinheiro de diárias e obrigam funcionários comissionados a aceitarem o esquema sob ameaça de exoneração.
Na denúncia, feita em vídeo, Nauzila afirma que “desde o ano passado os dois programam diárias para servidores comissionados que não podem dizer não, por medo de demissão, para logo em seguida pedir o valor deles, em dinheiro físico, em cash, para não deixar vestígio de transferência bancária”.
Ainda de acordo com Nauzila, além do crime de peculato, os jornalistas da TV Encontro das Águas vivem um “verdadeiro inferno, desde 2019, quando ele assumiu”. “O assédio moral é constante, as demandas são desumanas, como viajar incessantemente sem recursos financeiros suficientes, sequer para se alimentar de um jeito digno, além do acúmulo de dívidas numa gestão desastrosa e egocêntrica”, completou.
Na gravação, a jornalista contou como descobriu o esquema ilegal. “Depois de ter sido nomeada diretora de produção. Fizemos uma viagem a Brasília, e eu que nunca recebi diária, apesar de ter viajado incontáveis vezes na gestão dele, recebi o pedido dele de entregar o meu dinheiro para supostamente pagar as custas de hotel. Me fiz de doida. Óbvio”. Nauzila disse que pediu afastamento do cargo e férias, mas ao retornar passou a ser perseguida.
“Fui retirada de maneira arbitrária de todos os grupos de trabalho. E eu sofri ameaças no WhatsApp também. Agora que eu retornei das férias, a perseguição sobre mim é tamanha que eu fui impedida de fazer uma gravação no jornalismo, onde trabalho há 11 anos, com reconhecimento nacional, inclusive, e obrigada a mudar de setor”.
“Governador Wilson Lima, o senhor é jornalista, eu peço sensibilidade para afastar essas pessoas de seus cargos. A gente não merece passar por isso. Imploro também ao poder público uma atitude, um andamento à denúncia que já foi feita. A TV pública do Amazonas pede socorro, e eu só quero exercer o meu direito de trabalhar em paz”, finalizou.
A denúncia foi formalizada no Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM), sob o número de protocolo 012021000023693.