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Jacinda Ardern é reeleita primeira-ministra da Nova Zelândia

A popularidade de Ardern entre os neozelandeses aumentou muito pelo modo como ela lidou com a pandemia de coronavírus.
Wellington (Nova Zelândia) | Reuters

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, 40, venceu as eleições gerais neste sábado (17). A atual líder, que representa o Partido Trabalhista, era favorita na disputa contra Judith Collins, do Partido Nacional.

Ardern virou celebridade global após ganhar destaque neste ano pelo trabalho de combate à pandemia de Covid-19, tornando a Nova Zelândia um exemplo na luta contra a doença.

Em discurso pela TV local, a adversária Judith Collins admitiu a derrota e declarou que parabenizou Jacinda, por telefone, por considerar o resultado excepcional para o Partido Trabalhista.

Os trabalhistas podem alcançar 64 das 120 cadeiras no parlamento neozelandês, o recorde de qualquer partido desde que o país adotou o sistema de votação proporcional, em 1996. Será também o primeiro governo de partido único sob o sistema.

Com 98,4% das urnas apuradas, Jacinda Ardern registrava 49% dos votos. Após o reconhecimento da vitória, a primeira-ministra disse que seu Partido Trabalhista, de centro-esquerda, ganhou um mandato para liderar o país e acelerar sua resposta à pandemia.

“A Nova Zelândia mostrou ao Partido Trabalhista seu maior apoio em quase 50 anos”, disse. “Não consideraremos seu apoio garantido. E posso prometer que seremos um partido que governa para todos os neozelandeses”.

A primeira-ministra ganhou aclamação global após lidar com um atentado planejado por um supremacista branco em Christchurch, em 2019. Em uma ação rápida, Ardern baniu as armas do país oceânico. Ela poliu esta reputação com uma abordagem de prevenção frente à pandemia do novo coronavírus.

A eleição foi adiada por um mês após uma nova onda de infecções de coronavírus em Auckland, que levaram a um segundo bloqueio na maior cidade do país.

Primeira-ministra Jacinda Ardern teve destaque mundial por sua condução do país em meio a pandemia de coronavírus. Wellington, 5 de abril de 2020
Primeira-ministra Jacinda Ardern teve destaque mundial por sua condução do país em meio a pandemia de coronavírus. – Hagen Hopkins/Getty/Pool via Xinhua Wellington, 5 de abril de 2020/

Embora conhecida internacionalmente por promover causas progressistas, como os direitos da mulher e a justiça social, Ardern enfrentou críticas internas de que seu governo falhou em cumprir transformações sociais.

Por conta da crise sanitária global, as fronteiras da Nova Zelândia ainda estão fechadas e o setor de turismo sofre. Economistas preveem uma recessão duradoura após os severos bloqueios.

A economia encolheu a uma taxa anual de 12,2% no segundo trimestre, queda mais acentuada desde a Grande Depressão. A dívida deve aumentar para 56% do PIB, sendo que antes da pandemia era de menos de 20%.

Os neozelandeses também votaram neste sábado em referendos para legalizar a eutanásia e a maconha recreativa, com resultados a serem anunciados em 30 de outubro. A Nova Zelândia pode se tornar o terceiro país do mundo a permitir o uso e venda de cannabis em todo o país, depois do Uruguai e Canadá.

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