*Da Redação Dia a Dia Notícia
A ex-BBB e cunhã-poranga do Boi Garantido, Isabelle Nogueira, se tornou alvo de críticas nas redes sociais, nesta quinta-feira (17), após pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o veto total ao projeto de lei que altera as regras do licenciamento ambiental no Brasil.
Isabelle se manifestou por meio de seu perfil no Instagram e X (antigo Twitter), chamando o projeto de “PL da devastação” e alertando para os impactos ambientais da proposta. “Foi aprovado na calada da madrugada o PL da devastação, que enfraquece muito nossas leis ambientais e abre caminho para ainda mais desmatamento na Amazônia e no país inteiro”, escreveu.
Ela pediu ao presidente que vete integralmente o texto. “Nossa legislação ambiental não pode sofrer esse grande retrocesso. Não existe desenvolvimento sustentável destruindo o que temos de mais precioso!”, afirmou a artista, que atualmente reside em São Paulo.
A repercussão entre os amazonenses, no entanto, foi majoritariamente negativa. Internautas rebateram a ex-BBB, acusando-a de desconhecer a realidade do estado e ignorar a importância estratégica da BR-319 para o desenvolvimento da região. “Falou tudo, mas só falou merda. Seja bem-vinda, BR-319”, comentou uma seguidora.
Outro usuário criticou o posicionamento de Isabelle de forma mais agressiva: “Não fala besteira do que não sabe ou nunca estudou. Vai dançar boi que nisso você é boa. Veta o caralho, ninguém aguenta mais Ibama e ONG atrasando o desenvolvimento do Amazonas”.
O projeto agora aguarda a decisão do presidente Lula, que poderá sancionar ou vetar parcialmente ou totalmente o texto.
Sobre a PL da Devastação
A aprovação do texto, com a emenda 28, que altera a Lei da Mata Atlântica (Lei nº 11.428/2006) e enfraquece a proteção de suas áreas mais preservadas, vai contra o alerta de ambientalistas, empresários, cientistas e contra grande mobilização da sociedade. Na avaliação de Malu Ribeiro, diretora de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, as manifestações nas redes sociais, os posicionamentos de diversos setores da sociedade, de artistas, líderes religiosos e a repercussão na imprensa mostraram que a sociedade está atenta e atuante. No entanto, dentro do Parlamento “a maioria ficou surda, totalmente alheia à sociedade”, definiu.
Desde 2006, a Lei da Mata Atlântica foi responsável por uma queda de mais de 80% no desmatamento do bioma – passou de 110 mil hectares por ano para menos de 15 mil. Revogar os dispositivos que garantem essa proteção é abrir espaço para o aumento da devastação e colocar em risco compromissos firmados pelo Brasil nos acordos climáticos e de biodiversidade.
Além disso, o Supremo Tribunal Federal decidiu recentemente, na ADI 7007, que revogar mecanismos que exigem dupla autorização ambiental para o desmatamento na Mata Atlântica – com participação da União e dos Estados – é inconstitucional. Segundo o STF, essa mudança viola princípios fundamentais como a prevenção, a precaução, a vedação ao retrocesso e a garantia de um meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Alterar um sistema legal comprovadamente eficaz é institucionalmente temerário e juridicamente questionável, colocando em risco os compromissos assumidos pelo Brasil perante o Acordo do Clima e as COPs da Biodiversidade e do Clima.
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