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Irmãs criam sistema de alerta contra enchentes para avisar moradores sobre risco de alagamento em Manaus

Foto: Divulgação
*Da Redação Dia a Dia Notícia

Pensando em ajudar pessoas que moram em áreas de risco em Manaus e também em poder evitar tragédias e danos materiais, as irmãs Letícia Mota Flores (11 anos) e Laura Mota Flores (9 anos) criaram um protótipo chamado “Sistema de Alerta contra Enchentes”. O invento fez parte do projeto do final do curso e foi apresentado na “Mostra Tecnológica” da escola de robótica Manaós Tech.

As irmãs concluíram juntas o curso de robótica recentemente e, explicam como foi a elaboração do projeto que contou também com a criação de uma maquete representando uma vila de moradores batizada com o nome de “Vila Manaós Tech”.

“A ideia do projeto foi do nosso professor Elilson. Então, minha irmã e eu topamos construir junto com ele e, também, tivemos a ajuda dos nossos colegas Davi e Jhonatan que fizeram parte da equipe. Foi muito legal fazer o projeto porque ele pode ajudar bastante na segurança das pessoas que moram próximo a essas áreas que alagam no período de chuvas”, conta Laura Flores, ao declarar que quer ser médica quando crescer. “Quero ajudar as pessoas”.

As ferramentas utilizadas pelas pequenas inventoras e sua equipe foram: arduino (placa de prototipagem eletrônica de código aberto), um protoboard (placa de ensaio), leds, cabos, resistor, buzina, sensor de nível da água, blocos de Lego e maquete.

“No projeto, a gente aprendeu sobre robótica e aí usamos o arduino para criar o sistema de alerta que funciona conectado a um protoboard. Um sensor fica instalado em um determinado lugar na margem do rio ou igarapé e, quando a água começa a subir e alcança esse sensor, ele manda a mensagem para a placa de arduino que acende a luz e dispara uma sirene instalada na casa de um morador. Esse alerta indica que a água está subindo rápido e as pessoas podem sair em segurança daquele local que está em risco”, explica Letícia Flores.

Impacto social

O professor do curso de robótica da Manaós Tech, Elilson Leal de Araújo, que é formado em Sistemas de Informação, explica que o plano pedagógico da escola de educação tecnológica, é voltado para aliar as atividades curriculares aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), sempre pensando em oferecer soluções tecnológicas para algum problema da sociedade e de impacto social.

“Esse projeto foi realmente pensado para solucionar uma questão social que é a problemática dos alagamentos nos espaços urbanos de Manaus. E, aqui na Manaós Tech, ensinamos nas aulas que a robótica é um curso que pode ajudar, de alguma forma, a solucionar alguns problemas da sociedade, utilizando a tecnologia. Não é apenas um curso para brincadeira e nem para passar tempo, mas sim, realmente para contribuir com a sociedade, por meio do aprendizado deles. E os alunos saem daqui com uma outra visão de mundo”, ressalta o professor.

Na avaliação da professora universitária Amanda Mota Flores, mãe de Letícia e Laura, a experiência que as filhas vivenciaram nas aulas de robótica “fará muita diferença na vida adulta das meninas”.

“Ali, na Mostra Tecnológica, elas vivenciaram, na infância delas, uma experiência da gestão de um projeto com um foco num resultado muito claro que foi a apresentação desse projeto. Então, quero dizer que isso fará a diferença na idade adulta das minhas filhas. É um aprendizado que vai colocar na cabecinha delas, desde muito cedo, a relevância do que é organização, do planejamento, da relevância do que é um resultado. Eu acho que tudo isso é passado pela escola durante a Mostra Tecnológica”, resume a mãe orgulhosa das filhas inventoras.

Mais mulheres e meninas na Ciência

No dia 11 de fevereiro é celebrado o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência. A data foi criada e aprovada pela Assembleia das Nações Unidas em 22 de dezembro de 2015. A iniciativa é liderada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), com o objetivo de promover o acesso integral e igualitário da participação de mulheres e meninas na ciência.

De acordo com a Unesco, apesar dos esforços recentes, menos de 30% dos pesquisadores no mundo são mulheres. Elas continuam a ser minoria no meio, no número de ganhadores de Prêmios Nobel e na liderança de empresas de pesquisa e investigação.

Para o diretor da escola Manaós Tech, Glauco Aguiar, inserir cada vez mais as meninas no contexto da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) é uma das missões da instituição de ensino.

“Aqui na escola, temos a consciência de que um mundo muito mais justo e igualitário, deve ser construído com a equidade de gênero e com o acesso real das mulheres e meninas na ciência, mesmo porque, elas têm uma participação fundamental na história da inovação ao longo do tempo, com as grandes e importantes descobertas”, pontua Aguiar.

Glauco antecipa que, para celebrar o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, a Manaós Tech fará uma ação que dará isenção de matrículas para novas alunas. A ação acontecerá no sábado (11/02) na própria escola. Para mais informações, basta entrar em contato pelos telefones: (92) 99103-8067 e (92) 98121-0730.

Ambientes mais acolhedores

Nomes importantes como o de Ada Lovelace, a primeira programadora da história, e de Marie Curie, primeira mulher a receber um Prêmio Nobel pela descoberta no campo da radioatividade de dois novos elementos químicos (rádio e polônio), são alguns dos exemplos que ilustram, com clareza, o protagonismo de mulheres na ciência.

Na avaliação da professora universitária Tanara Lauschner que é co-fundadora do Movimento Cunhantã Digital e consultora do Programa Meninas Digitais, entre outros projetos; a presença de mais mulheres e meninas nas áreas da ciência e da tecnologia pode transformar os ambientes em lugares mais acolhedores.

“Quanto mais mulheres e meninas a gente tiver nas áreas de ciência e tecnologia, menos masculinas elas serão. Hoje, de fato, a gente tem um percentual muito grande de pessoas desenvolvedoras sendo homens. São lugares acima de 70% e, em algumas empresas, chega a ser de 80% de homens atuando”, revela a professora ao destacar que, “quando se avalia os cargos de liderança e de diretoria, aí se vê menos ainda as mulheres participando”.

“Além disso, a computação e a tecnologia de um modo geral é uma área que tem muitas vagas em aberto não só em Manaus, como no mundo todo. Quem quiser entrar para essas áreas, tanto homens quanto mulheres, terão bons empregos. Então, por que deixar as mulheres fora disso? É importante que as mulheres e meninas tenham acesso, participem e também possam desenvolver uma carreira sólida nas áreas de ciência e tecnologia”, conclui Tanara Lauschner que tem doutorado em Informática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

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