Search
booked.net

Ipen suspende fabricação de produtos para tratamento de câncer no Brasil

Insumos produzidos pela entidade são usados para realização de exames de imagens, como radiografias e mamografias Foto: Shutterstock

O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) anunciou que suspenderá temporariamente a fabricação de produtos radiofármacos e radioisótopos usados para o tratamento de câncer no Brasil a partir da próxima segunda-feira (20). Segundo a entidade, a falta de verba federal e alta no dólar causaram a paralisação. As informações são do G1.

Conforme a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), o Ipen fornece 85% dos radiofármacos e radioisótopos utilizados no país. O órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI) enviou um comunicado, na terça-feira (14), aos serviços de medicina nuclear que compram os produtos produzidos pelo instituto.

Como justificativa, a entidade afirmou que a suspensão é causada devido ao grande corte no orçamento federal em 2021, e que precisaria de R$ 89,7 milhões para continuar a produção dos insumos até o fim de dezembro deste ano, devido à alta do preço do dólar para importação de material. Entretanto, a verba adicional ainda não foi aprovada pelo Congresso Nacional, segundo o comunicado.

“O fato desses recursos orçamentários extras ainda não estarem disponíveis no Instituto, até o momento, implica na inexistência de lastro em crédito orçamentário. Nesse sentido, a impossibilidade nas aquisições e contratações pelo IPEN-CNEN, implicará na suspensão temporária da produção dos geradores de 99Mo/99mTc e dos radiofármacos provenientes de iodo-131, gálio-67, tálio-201 e lutécio-177, dentre outros, a partir de 20/09/2021”, detalhou.

A suspensão da produção da entidade deve afetar diretamente o tratamento de câncer no Brasil e o disgnóstico de doenças, pois os materiais fabricados pelo Ipen são usados nos tratamentos oncológicos, além de exames de imagens, como radiografias, tomografia, ressonância magnética, cintilografia e mamografia, entre outros procedimentos essenciais para diagnóstico de doenças.

Ainda no comunicado, o instituto reconheceu que a paralisação da produção afetará a população e informou que o Ministério já tem conhecimento sobre o caso.

“O IPEN-CNEN, a CNEN e o MCTI entendem perfeitamente, de forma solidária, que a ausência temporária dos geradores de 99Mo/99mTc e dos radiofármacos aos hospitais e às clínicas no País, resultará em transtornos familiares de grande monta. Sobretudo, nos pacientes que necessitam de atendimento, e que têm seu procedimento de Medicina Nuclear interrompido, seja este pelo SUS ou via Sistema de Saúde Suplementar”

Recursos

Ao portal G1, o Ministério da Ciência e Tecnologia declarou que “desde junho de 2021 vem trabalhando com o Ministério da Economia para a maior disponibilização de recursos para a produção de radiofármacos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN)”.

“Para a recomposição do orçamento do Instituto, o Governo Federal por meio do MCTI está sensibilizando o Congresso Nacional pela votação e aprovação do PLN 16/2021 prevista para a próxima semana”, detalhou em nota.

O Ipen acredita que a paralisação será temporária, além de afirmar que esgotou todas as possibilidades de diálogo com o governo federal para ter mais verba.

“Acredita-se que essas instabilidades nas produções de radiofármacos sejam apenas por poucos dias, com a obtenção dos créditos orçamentários suplementares de R$ 89,7 milhões, ao IPEN-CNEN. (…) O IPEN-CNEN e a CNEN esgotaram todos os meios para que se evitasse a descontinuidade, recebendo inclusive assessoria da Advocacia Geral da União (AGU), nesse contexto”.

Entre no nosso Grupo no WhatsApp

Antes de ir, que tal se atualizar com as notícias mais importantes do dia? Acesse o WhatsApp do Portal Dia a Dia Notícia e acompanhe o que está acontecendo no Amazonas e no mundo com apenas um clique

Você pode escolher qualquer um dos grupos, se um grupo tiver cheio, escolha outro grupo.