*Da Redação Dia a Dia Notícia
Uma “denúncia” no mínimo inusitada foi publicada no Diário Oficial do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) do dia 15 de janeiro. Uma pessoa anônima afirmou à instituição que uma mulher, identificada apenas como Sandra, estaria usando carros da Prefeitura de Manaus para “perseguir vítimas de seu cafetão, Washington” e para ter acesso a garotos de programa jovens. No entanto, por falta de evidências, a manifestação foi arquivada sem qualquer investigação.
Conforme o relato, a suposta agressora “faz barulho, grava vídeos, ameaça e intimida a mando de Washington”, que ela possui uma mãe que necessita de cuidados especiais e “curiosamente muitas prostitutas que prestam serviço para o cafetão também trabalham na área de saúde”.
“O anônimo indica um endereço, porém não esclarece de quem. Outrossim, embora faça referência a Washington e Sandra como possíveis autores, também os aponta como testemunhas. Não indica nome ou endereço de possíveis vítimas, tampouco juntou documentos”, diz o documento.
O promotor de Justiça Francisco Campos, da 94ª Promotoria de Justiça de Manaus, afirma que as supostas más condutas de Sandra “carecem da existência de uma vítima específica, conhecida, não podendo terceiro se sentir ofendido por conduta direcionada” a outras pessoas. Somente a vítima de fato poderia denunciar ameaça, intimidação ou perseguição.
Da mesma forma, o promotor destaca que apenas a vítima poderia denunciar a exploração sexual, exceto se estiver impossibilitada. Ele aponta que o denunciante não indicou nenhuma possível vítima em sua manifestação, fazendo com que o MPAM não consiga prosseguir com nenhuma investigação.
Além disso, o fato de a manifestação ser anônima impede o órgão de conseguir novas informações. O promotor determinou que a manifestação fosse arquivada, visto que não havia como saber quem a fez, de forma que não seria possível obter novas informações.