*Da Redação Dia a Dia Notícia
Indígenas que participaram da manifestação realizada na última terça-feira (11), na Zona Azul da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), afirmaram que o protesto teve como objetivo chamar a atenção da Organização das Nações Unidas (ONU) e do governo brasileiro. Eles criticaram a divisão entre as Zonas Verde e Azul, determinada pela ONU, que separa a sociedade civil dos espaços destinados aos negociadores e delegações oficiais. Quatro representantes dos povos Tupinambá e Arapiuns, da região do Baixo Tapajós, no Pará, concederam uma coletiva de imprensa nessa quarta-feira (12), na qual anunciaram o desejo de se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para reivindicar a demarcação de quatro terras indígenas e denunciar a falta de assistência em saúde nas aldeias. As informações são do portal Informazônia.
“Nosso principal objetivo foi chamar a atenção do governo e da ONU que estão naquele espaço. O único contato que o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) teve comigo foi para perguntar onde eu estava e pedir que acalmássemos os ânimos”, relatou a liderança Auricélia Arapiuns, uma das participantes do protesto.
Reconhecida por sua atuação no movimento indígena, Auricélia esteve entre os nomes que lideraram, neste ano, a ocupação da Secretaria de Educação do Pará, quando representantes de diferentes povos indígenas fecharam o prédio em protesto. À época, o grupo exigia a saída do secretário e a continuidade do programa de aulas presenciais nas comunidades.
O ato na COP30 ocorreu durante a noite, quando um grupo de manifestantes entrou na área restrita do evento sem credenciamento, resultando em um confronto com seguranças. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram o momento em que os indígenas forçam as portas e correm em direção ao espaço reservado.
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Também presente na manifestação, o líder Gilson Tupinambá, da aldeia Papagayo, localizada na Reserva Extrativista (Resex) Tapajós Arapiuns, afirmou que o protesto foi uma forma de contestar a estrutura de segregação da conferência.
“Refletindo sobre esse separatismo, esse ‘apartheid’, nós não aceitamos a divisão entre Zona Azul e Zona Verde”, declarou Gilson.
