*Da Redação Dia a Dia Notícia
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central indicou que deve aumentar novamente a taxa básica de juros, a Selic. Segundo o comitê, o conflito entre a Rússia e a Ucrânia e o choque de oferta de preços de commodities aumentam a incerteza do cenário econômico mundial.
Após uma reunião, realizada na semana passada, o Copom avaliou que a taxa Selic pode aumentar em um ponto percentual, chegando a 12,75%. A decisão será tomada no próximo encontro do comitê, marcado para o início de maio.
O comitê disse ainda que a inflação ao consumidor segue elevada, “com alta disseminada entre vários componentes, e mais persistente que o antecipado”. Ressaltou que as diferentes medidas mostram que a inflação deve permanecer “acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta”, que é de 3,5%, com variação de 1,5 ponto percentual.
“A alta nos preços dos bens industriais não arrefeceu e deve persistir no curto prazo, enquanto a inflação de serviços acelerou ainda mais. As leituras recentes vieram acima do esperado, e a surpresa ocorreu tanto nos componentes mais voláteis quanto nos mais associados à inflação subjacente”, diz o Copom.
Na visão do comitê, o cenário “recomenda que a política monetária reaja aos impactos secundários desse tipo de choque”. Com isso, o Copom também passou a trabalhar com cenário alternativo, no qual o barril de petróleo passe a custar US$ 121 no fim de 2023, valor bem acima das projeções de mercado.
O comitê reconheceu, entretanto, que o cenário é “desafiador para a convergência da inflação às suas metas” e disse que estará pronto para ajustar o tamanho do ciclo de aperto monetário, caso o cenário evolua desfavoravelmente.