O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é um dos únicos na cúpula do G20, grupo das vinte maiores economias do planeta, que não tem reuniões marcadas com outros líderes mundiais, com exceção do presidente da Itália, Sergio Mattarella, que se encontra com todos os presentes na reunião por protocolo.
O Ministério das Relações Exteriores afirmou que a agenda do presidente brasileiro seria atualizada ao longo da viagem e que reuniões seriam negociadas, mas nada foi fechado até o presente momento.
A maioria dos mandatários do G20, ao final da reunião neste fim de semana, segue para a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) em Glasgow, na Escócia. O presidente Bolsonaro escolheu não participar da conferência.
O Brasil enfrenta forte pressão internacional devido o aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia. A ausência de Bolsonaro na reunião foi alvo de críticas de outros países e organizações ambientais. O vice-presidente Hamilton Mourão comentou que só jogariam “pedras” em Bolsonaro.
Isolado e ironizado
Além da falta de encontros com figuras internacionais, a imprensa italiana destacou outros pontos que ressaltam o isolamento de Bolsonaro no G20.
O jornal italiano La Repubblica publicou uma reportagem afirmando que a reunião foi marcada pela volta dos apertos de mãos, banidos nos últimos tempos pela pandemia de Covid-19. A publicação destacou que o primeiro-ministro italiano “Mario Draghi deu a mão a muitos dos primeiros-ministros que chegaram nesta manhã à Nuvola (…), mas não para o presidente Bolsonaro, que disse que será a última pessoa no Brasil a se vacinar – afinal, ele acredita que as vacinas causam Aids: algo dito por ele em um vídeo que as redes sociais nos deram a graça de censurar“.
O presidente, no segundo dia da visita à Roma, também foi alvo de protestos nos arredores da embaixada brasileira no país, sendo chamado por manifestantes de “genocida” e “incompetente”. Apoiadores que também estavam no local reagiram gritando “Mito, mito!”. Agentes de segurança impediram jornalistas de se aproximarem de Bolsonaro, chegando a agredir o repórter da Globo Leonardo Monteiro e outros profissionais que trabalhavam no local.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também foi alvo de vaias na embaixada brasileira.
*Com informações de BBC News Brasil