O Atelier Marko Brajovic representa o Brasil na 17ª Bienal de Arquitetura de Veneza, aberta ao público até 21 de novembro, e apresenta uma exposição de nove projetos arquitetônicos em andamento na Amazônia. Entre eles está o Mirante do Madadá, hotel às margens do Rio Negro que pretende elevar a experiência na maior floresta tropical do mundo.
O complexo turístico ficará em frente ao Parque Nacional de Anavilhanas, no Amazonas, e propõe uma imersão na floresta e em sua biodiversidade a partir de um turismo de base comunitária, realizado em prol do desenvolvimento sustentável da região. O projeto contempla recepção, concierge, bar, restaurante, lounge, espaços expositivos e uma piscina de borda infinita. São 12 acomodações ao todo, que possuem assinatura de interiores da arquiteta Marília Pellegrini, ligadas à construção principal por passarelas.
Dentro do complexo, o ponto mais longe na mata será a Casa Cura, espaço dedicado a práticas de yoga, massagens, banhos ayurvédicos e encontros com representantes indígenas da região. Seu formato chama atenção, já que foi inspirado na vitória-régia, planta aquática típica da Amazônia que chega a mudar de coloração e possui importância mitológica.
O complexo será construído com base na topografia do terreno e respeitando a vegetação local. Assim, os espaços, como se fossem “sementes” na floresta, buscam um equilíbrio entre o interior e o exterior, seguindo uma arquitetura biomimética – que almeja aprender como a natureza se adapta.
Também às margens do rio Negro funciona um empreendimento parecido, considerado como hotel irmão do Madadá. É o Mirante do Gavião Lodge, distante 50 km do novo projeto. Construído em 2014, o Gavião tem 12 suítes em forma de barco invertido que lembram casas na árvore, com passarelas suspensas para viabilizar o manejo sustentável do solo, conforme a reportagem da CNN.
Bienal de Veneza
A edição 2021 da Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza tem como tema “Como Viveremos Juntos?”, que evoca soluções para os problemas atuais do mundo. São 110 participantes de 46 países, entre eles o Brasil, que é representado por Marko Brajovic com a exposição Amphibious – vivendo entre a água e a terra na Amazônia.
Para a mostra, o curador do evento, Hashim Sarkis, pediu aos arquitetos que imaginassem espaços em que todos pudessem viver juntos com generosidade.
“A Amazônia é o lugar onde se discute o futuro do planeta e o objetivo é trazer luz a estas iniciativas e colaborações que apresentam possíveis caminhos de convivência”, comenta Marko Brajovic, que ainda ressalta os aspectos positivos da integração dos projetos ao ecossistema da região.