*Da Redação Dia a Dia Notícia
Nesta segunda-feira (2), alguns ministros nomeados pelo presidente Lula para o terceiro mandato, tomaram posse nos novos cargos. Dentre os nomes que assumiram ministérios nesta segunda estão Haddad (Fazenda), Rui Costa (PPI), Nísia Trindade (Saúde), Flávio Dino (Justiça) e Padilha (Relações Institucionais). Outros nomes assumirão ministérios ao longo da semana.
Fernando Haddad
Em uma cerimônia no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), Fernando Haddad foi empossado como novo ministro da Fazenda nesta segunda-feira (2). Em seu discurso de posse, o ministro destacou o compromisso fiscal e se comprometeu a criar uma nova âncora fiscal que substitua o teto de gastos.
“Não estamos aqui para aventuras. Estamos aqui para assegurar que o país volte a crescer para suprir as necessidades da população em saúde, educação, no âmbito social e, ao mesmo tempo, para garantir equilíbrio e sustentabilidade fiscal”, afirmou.
O ministro se comprometeu a entregar uma nova âncora fiscal ainda no primeiro semestre deste ano. A criação do novo arcabouço foi um dos compromissos firmados para a aprovação da PEC da Transição pelo Congresso Nacional.
“Assumo com todos vocês o compromisso de enviar, ainda no primeiro semestre, ao Congresso Nacional, a proposta de uma nova ancora fiscal, que organize as contas públicas, que seja confiável, e, principalmente, respeitada e cumprida”, destacou Haddad.
Rui Costa
Rui Costa assumiu nesta segunda-feira o cargo de ministro da Casa Civil. Com as mudanças, a Casa Civil terá o comando do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), o que dará ainda mais força ao novo comandante da pasta.
De acordo com a Medida Provisória (MP) publicada nesta segunda, no Diário Oficial, a Casa Civil vai coordenar, monitorar, avaliar e supervisionar as ações do PPI. O secretário especial do PPI será Marcos Cavalcanti.
“Vamos buscar diálogo com o Poder Judiciário”, defendeu o ministro. “O povo brasileiro votou em Lula porque quer paz. Lula escolheu, e todos prestaram a atenção, no slogan do governo dele: ‘União e reconstrução’. Essas serão as duas palavras que simbolizam esse governo”, completou.
A posse do novo ministro aconteceu no Palácio do Planalto e contou com presenças de lideranças da Bahia, como os senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Otto Alencar (PSD-BA), além do governador Jerônimo Rodrigues, também do PT. Rui Costa foi governador da Bahia entre os anos de 2014 e 2022.
Nísia Trindade
A socióloga e cientista política Nísia Trindade tomou posse como ministra da Saúde. A então presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é a primeira mulher a ser empossada como ministra do novo governo do presidente Lula (PT).
Nísia também será a primeira mulher a assumir o Ministério da Saúde do país. Durante sua gestão na Fiocruz, foi responsável por liderar ações para combater a covid-19 no Brasil, como a fabricação da vacina da AstraZeneca, primeira vacina 100% nacional.
Em seu discurso de posse, Nísia afirmou que sua gestão será pautada pela “ciência e pelo diálogo com a comunidade científica”.
“Agradeço por esse grande desafio e esse convite para que eu dirija essa pasta da saúde. Ao me convidar, suas palavras muito me comoveram. O presidente Lula queria uma mulher no comando do ministério, mas queria alguém comprometido com o SUS e mais, queria alguém com sensibilidade para o sofrimento de nosso povo, com disposição para cuidar desse povo sobretudo a população mais pobre”, discursou.
Flávio Dino
Flávio Dino foi empossado como novo ministro da Justiça em uma cerimônia realizada no Salão Negro do Ministério da Justiça. Em seu discurso, o novo ministro agradeceu ao Supremo Tribunal Federal (STF) por defender o Estado Democrático de Direito durante o pleito do ano passado e afirmou que atuará para que o assassinato de Marielle Franco seja desvendado.
“Minhas primeiras palavras são de saudação à senhora chefa do poder Judiciário do Brasil, ministra Rosa Weber. Saúdo o poder do Estado sem o qual este momento não estaria ocorrendo, posto que foi o Judiciário brasileiro que garantiu o Estado Democrático de Direito numa hora tão difícil”, afirmou Dino.
O ministro disse que conversou com a mãe da vereadora assassinada em 2018 e com a irmã dela, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e classificou como “uma questão de honra” descobrir os mandates do crime. “É uma questão de honra o Estado brasileiro empreender todos os esforços possíveis e cabíveis, e a Polícia Federal assim atuará para que esse crime seja desvendado definitivamente, e nós saibamos quem matou Marielle e quem mandou matar Marielle”, afirmou Dino. A declaração foi seguida de aplausos.
Alexandre Padilha
Alexandre Padilha assumiu o cargo de ministro da Secretaria de Relações Institucionais, prometendo diálogo e respeito às instituições democráticas e à oposição. Sem citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, Padilha disse que o tempo dos ataques às instituições e aos adversários políticos ficou para trás.
“Neste ministério está proibido insultar, agredir ou ameaçar qualquer agente político, seja qual for o partido. Está proibido desrespeitar qualquer pessoa pela situação socioeconômica. Neste ministério está proibido praticar qualquer ato de racismo, homofobia e misoginia”, declarou. “Este ministério é o ministério do diálogo. Este governo é o governo do diálogo. Não existe aqui alguém que vai falar de metralhada contra a oposição. Esta época acabou. Teremos diálogo com os partidos que compõem nossa base e com aqueles que hoje se afirmam na oposição”, ressaltou. A menção alude à declaração de Bolsonaro de que iria “metralhar a petralhada”.
Padilha fez uma defesa enfática da democracia, palavra cujo significado, ressaltou, aprendeu desde a infância. Seus pais foram perseguidos pela ditadura militar. O novo ministro contou que seu pai, um líder religioso, foi preso e torturado por 11 meses no Doi-Codi, em São Paulo, e teve de fugir do país. O ministro relatou que só deu o primeiro abraço no pai quando já tinha oito anos de idade, com a anistia política.