*Da Redação Dia a Dia Notícia
Com objetivo de proteger terras indígenas e monitorar os crimes ambientais na Amazônia, as ONGs Greenpeace Brasil e a Operação Amazônia Nativa (Opan) se uniram ao Observatório BR-319 (OBR-319), para fiscalizar os impactos na rodovia Rodovia Álvaro Maia, conhecida como BR-319.
A Rodovia que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO) sempre é pauta para discussões ambientais, preservação da Amazônia e proteção dos povos indígenas.
Os novos membros agregam à atuação do OBR-319, a experiência na investigação de crimes ambientais e o trabalho junto a populações indígenas em territórios ameaçados na Amazônia. Para conferir as atividades do grupo, basta acessar o site: observatoriobr319.org.br.
Além do Greenpeace e da Opan, o OBR-319 é formado pela Casa do Rio, Conselho Nacional das Populações Agroextrativistas (CNS), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Fundação Vitória Amazônica (FVA), Transparência Internacional, Wildlife Conservation Society (WCS) e WWF-Brasil.
Para a secretária-executiva do OBR-319, Fernanda Meirelles, a adesão dessas instituições demonstra a união da sociedade civil organizada para a defesa de um território tão importante quanto o interflúvio Madeira-Purus. “Juntos, procuramos unir forças em favor dos povos originários e comunidades tradicionais, em busca de um modelo de desenvolvimento que conserve a diversidade natural e cultural da região”, afirma.
As principais ações do Observatório consistem na geração e disseminação de informações sobre a área de influência da rodovia para qualificar o debate e influenciar a aplicação e melhoria de políticas públicas nos territórios, explica Fernanda. “Além disso, buscamos dar transparência ao processo de licenciamento atualmente em curso. É importante destacar que OBR-319 reconhece, defende e valoriza o protagonismo das comunidades tradicionais, povos indígenas e instituições na construção e no fortalecimento da governança na região”, destaca.
Instituições parceiras
O Greenpeace é uma organização não governamental ambiental que atua internacionalmente em questões relacionadas à conservação do meio ambiente e desenvolvimento sustentável, com campanhas dedicadas às áreas de florestas, clima, nuclear, oceanos, engenharia genética, substâncias tóxicas, transgênicos, agrotóxicos e energia renovável. A organização também procura sensibilizar a opinião pública por meio de atos, tendo como princípio básico a ação direta pacífica. Um dos trabalhos recentes de maior destaque do Greenpeace foi o monitoramento e divulgação de imagens, quase que em tempo real, das queimadas em Rondônia e no sul do Amazonas.
Já a Opan é a primeira organização indigenista fundada no Brasil, em 1969. Atua pelo fortalecimento do protagonismo indígena no cenário regional, valorizando sua cultura e seus modos de organização social por meio da qualificação das práticas de gestão de seus territórios e recursos naturais, com autonomia e de forma sustentável. São realizados trabalhos de base junto aos povos indígenas em eixos como política, terra, saúde e economia. No Amazonas, a Opan desenvolve trabalhos no sul do estado em parceria com os povos indígenas Paumari do rio Tapauá, Apurinã e Jamamadi, na região do Médio rio Purus; Kawahiva na bacia do rio Madeira, e, na região sudoeste, com os Deni do rio Xeruã, na bacia do Médio rio Juruá.