*Da Redação Dia a Dia Notícia
O Ministério da Educação (MEC) deve suspender uma portaria que dava prazos para alterações no ensino médio do país. Desta forma, fica adiado o calendário de adaptação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cuja mudança era prevista para o próximo ano. Já a implementação do novo modelo nas salas de aula, iniciada no ano passado, não deve ser afetada pela decisão do governo Lula.
A decisão não significa revogação do novo ensino médio, como pedem alguns grupos. O novo modelo foi instituído por lei e, para ser revogado, precisa passar pelo Congresso. A pressão, porém, que vem inclusive de parte da esquerda, fez o governo Lula responder com um aceno de mudança.
A reforma da etapa do ensino vem sendo alvo de críticas de entidades estudantis e uma parcela das associações do setor. Já os Secretários de Educação e outros grupos de especialistas defendem que ajustes no novo modelo são possíveis, mas veem a revogação como um retrocesso.
Nesta segunda-feira (3), o grupo de trabalho sobre o novo ensino médio instituído pelo ministério terá reunião em que a suspensão da portaria será decidida. Em entrevista ao Diário do Nordeste, do sistema Verdes Mares, o ministro da Educação, Camilo
Santana, disse que vai suspender as mudanças no Enem.
“Não é só simplesmente chegar e revogar, é preciso discutir. É isso que nós precisamos fazer. Espero que nesses 90 dias da portaria, a gente possa ter uma decisão e deveremos suspender qualquer mudança no Enem em relação a 2024 por conta dessa questão do novo ensino médio”, disse Camilo.
Há duas semanas, Lula chegou a comentar nas redes sociais que o ensino médio não ia “ficar do jeito que está”. Camilo Santana abriu uma audiência pública para discutir o assunto, que tem prazo inicial de 90 dias para ser encerrada.