O Amazonas contabilizou 311 casos de Covid-19, com 46 pessoas internadas, sendo 17 em UTI da rede privada e oito em UTI do Delphina Aziz, até a tarde deste sábado, dia 04/04. Há registros de 12 mortes, sendo seis pacientes que estavam internados na rede privada e seis que estavam internados no Delphina ou receberam atendimento em outras unidades da rede pública, onde chegaram já em estado grave. Do total de 311 casos, 283 são na capital e 28 no interior.
O anúncio foi feito pelo governador do Amazonas, Wilson Lima, em entrevista a veículos de comunicação nacionais e locais e em live nas redes sociais do Governo do Estado.
“Tudo que a gente tem feito tem sido com muita transparência. Nós estamos trabalhando para ampliar nossa capacidade de atendimento principalmente no Hospital Delphina Aziz. E aqui é importante deixar muito claro, das pessoas que morreram vítimas do Covid-19 nenhuma delas ficou sem atendimento do Governo do Estado. Todo mundo que chegou com caso agravado de Covid-19 foi atendido pelo Governo do Estado do Amazonas e assim a gente tem trabalhado e feito todo esforço para garantir atendimento a nossa população”, disse, ao lamentar o uso político de informações falsas para causar pânico à população.
Na entrevista, Wilson disse que assinou o novo decreto proibindo o transporte rodoviário intermunicipal e interestadual de passageiros e que o Estado está ampliando leitos de UTI no Hospital de Pronto Socorro (HPS) Delphina Aziz e preparando mais 400 leitos clínicos para pacientes com o novo Coronavírus (Covid-19) em Manaus.
De acordo com Wilson Lima, o Delphina Aziz, referência no atendimento de casos de Covid-19 no Amazonas, vai receber hoje mais 33 leitos de UTI, resultado da entrega de mais 15 respiradores pelo Ministério da Saúde e mais 18 aparelhos remanejados de outras unidades de saúde de Manaus.
Os novos 400 leitos clínicos estão sendo preparados no hospital da Universidade Nilton Lins, no Parque das Laranjeiras, na zona centro-sul da cidade. Eles serão ocupados quando esgotada a capacidade de leitos clínicos no HPS Delphina Aziz.
A implantação de novos leitos de UTI depende da disponibilidade de respiradores, equipamento escasso em todo o mundo. Atualmente o Governo trabalha no reparo de respiradores que estavam sem uso em almoxarifados, com a ajuda da Universidade do Estado do Amazonas e outras instituições privadas. E também está adquirindo mais 33 respiradores em São Paulo.
“Estamos também tentando comprar respiradores na China. Nós tínhamos uma compra que já estava fechada em processo de finalização nos Estados Unidos, de 200 respiradores, e a nossa carga foi confiscada”, afirmou Wilson Lima ao reforçar que espera apoio do Governo Federal junto a outros países para viabilizar a compra de respiradores, sem os quais o risco de colapso no sistema de saúde do Amazonas e também de outros estados do país é alto.
“A situação que também nos preocupa é com o nosso pessoal da saúde, que está trabalhando quase que 24 horas por dia, sobretudo para conscientizar as pessoas do perigo que isso é. Estou muito preocupado e nos próximos dias, se a gente continuar com esse número de casos, o nosso sistema aqui no Estado do Amazonas pode sim chegar a um colapso”, frisou.
Medidas restritivas
Para conter o ritmo de crescimento de casos, o governador também anunciou que vai proibir o transporte de passageiros em rodovias estaduais e federais do Amazonas, assim como já proibiu o transporte hidroviário de passageiros. Wilson Lima disse que as forças de segurança intensificarão a fiscalização nas ruas, com a orientação de deter pessoas e fechar e multar estabelecimentos comerciais não essenciais que não estejam cumprindo com o decreto de distanciamento social, que proíbe a aglomeração de pessoas.
“Aqui no Amazonas nós fechamos as escolas e as aulas daqui estão sendo transmitidas através dos canais de TV aberta. Nós também fechamos os comércios e deixamos só aqueles de serviços essenciais. As embarcações estão proibidas de levar passageiros e nas próximas horas vou baixar um decreto para impedir também o transporte de passageiros em ônibus coletivos, táxis e lotação pelas nossas estradas federais e estaduais. Isso tudo porque a situação é muito grave e se as pessoas não ficarem em casa, se a gente não limitar o trânsito dessas pessoas, os casos vão chegar com uma rapidez muito maior e comprometer mais ainda o sistema de saúde”, disse o governador em entrevista para a CNN Brasil.