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Genes podem determinar idade que uma pessoa perde a virgindade, diz estudo da Universidade de Oxford

Loving couple lying in bed gazing into each others eyes as they lie back on the pillows

Escolher quando é o momento certo para perder a virgindade envolve muitas pressões sociais, como escolher o parceiro ideal, religião e um pouco de sorte. Agora, além desses fatores, a ciência adicionou outro elemento à conta: a genética.

Um estudo publicado a poucos dias na revista cientifica Nature Human Behavior, feito por pesquisadores liderados pela Universidade de Oxford, em parceria com Cambridge e acadêmicos internacionais, sugere que a idade em que perdemos a nossa virgindade tem relação com nossos genes.

Durante o estudo, os pesquisadores ligaram 371 áreas específicas do nosso DNA, chamadas variantes genéticas — localizações conhecidas nos cromossomos —, 11 das quais eram específicas do sexo, ao momento da primeira relação sexual e nascimento. Essas variantes interagem com fatores ambientais, como status socioeconômico e quando você nasceu, e são preditores de longevidade e doenças posteriores.

Os pesquisadores realizaram um estudo de associação do genoma para ver se há uma relação entre o comportamento reprodutivo e uma variante genética específica.

Este que deve ser o maior estudo genômico realizado até hoje, os pesquisadores combinaram várias fontes de dados para examinar a idade da primeira relação sexual e o nascimento em homens e mulheres. Eles, então, calcularam um escore genético, explicando cerca de 5 a 6% da variabilidade na idade média de início da vida sexual ou de ter um primeiro filho.

Melinda Mills, professora e diretora do Leverhulme Center for Demographic Science da University of Oxford e Nuffield College, afirma que o estudo concluiu que os genes humanos podem determinar acontecimentos importantes em nossas vidas.

“Nosso estudo descobriu centenas de marcadores genéticos adicionais que moldam essa parte mais fundamental de nossas vidas e têm o potencial para uma compreensão mais profunda da infertilidade, doenças tardias e longevidade”, disse Melinda.

Os sinais genéticos foram impulsionados por fatores sociais e ambientais, mas também pela biologia reprodutiva, com descobertas relacionadas ao hormônio folículo-estimulante, implantação, infertilidade e diferenciação de espermátides.

“Já sabíamos que as circunstâncias socioeconômicas da infância ou o nível de educação eram importantes indicadores do tempo de reprodução. Mas ficamos intrigados em encontrar literalmente não apenas centenas de novas variantes genéticas, mas também descobrir uma relação com o abuso de substâncias, traços de personalidade como abertura e autocontrole, TDAH e até mesmo preditivos de algumas doenças e longevidade”, disse ela. “Demonstramos que é uma combinação de genética, preditores sociais e meio ambiente que impulsiona o início reprodutivo precoce ou tardio. Foi incrível ver que a genética subjacente ao sexo precoce e à fertilidade estava relacionada à desinibição comportamental, como o TDAH, mas também ao vício e ao fumo precoce. Ou aqueles geneticamente propensos a adiar o sexo ou o primeiro nascimento tiveram melhores resultados de saúde e longevidade mais tarde na vida, relacionados a um status socioeconômico mais elevado durante a infância”, explicou.

Doenças na velhice, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares estão fortemente ligadas aos mesmo genes que regulam o comportamento reprodutivo.

“É empolgante que a genética subjacente a esses comportamentos reprodutivos possa nos ajudar a entender as doenças na velhice. Começar cedo sua jornada sexual está enraizado na desigualdade infantil, mas também está relacionado a problemas de saúde, como câncer cervical e depressão. Encontramos ligações particularmente fortes entre o início da vida sexual precoce, TDAH e abuso de susbtâncias como a idade precoce de fumar. Esperamos que nossas descobertas levem a uma melhor compreensão da saúde mental e sexual dos adolescentes, infertilidade, doenças na velhice e novos tratamentos”, finalizou.

 

 

 

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