*Da Redação Dia a Dia Notícia
Com a cheia dos rios no Amazonas atingindo comunidades urbanas e rurais, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) reforçou nesta semana uma série de orientações à população para prevenir doenças e acidentes comuns durante esse período. As recomendações incluem cuidados com o consumo de água, preparo dos alimentos, higienização dos ambientes e atenção redobrada ao risco de acidentes com animais peçonhentos.
Ligada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), a FVS-RCP alerta para o risco aumentado de infecções como hepatite A, leptospirose e doenças diarreicas, todas relacionadas ao contato com água contaminada. Também há preocupação com o aumento de ocorrências envolvendo serpentes, escorpiões e aranhas, que costumam buscar abrigo em locais secos e invadem áreas residenciais após as inundações.
“A população precisa estar atenta às medidas de prevenção, especialmente no cuidado com a água potável e na limpeza adequada dos ambientes atingidos”, destacou a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim. Ela explica que o enfrentamento aos efeitos da cheia exige mobilização coletiva e ações coordenadas entre Estado e municípios.
Plano emergencial e distribuição de hipoclorito
Desde o início do ano, a FVS-RCP distribuiu mais de 2,3 milhões de unidades de hipoclorito de sódio a municípios amazonenses. O produto é essencial para a desinfecção da água. A recomendação é adicionar duas gotas do hipoclorito (a 2,5%) para cada litro de água, aguardar 30 minutos antes do consumo e só então utilizá-la para beber ou preparar alimentos.
Na ausência do produto, a água deve ser fervida por pelo menos cinco minutos. A ingestão de água contaminada pode causar doenças graves, especialmente em crianças, idosos e pessoas imunossuprimidas.
Limpeza e prevenção
A FVS-RCP também orienta sobre a limpeza de casas e espaços após a descida das águas. É importante usar botas, luvas e desinfetantes para evitar o contato direto com resíduos potencialmente contaminados. Alimentos e utensílios atingidos pela enchente devem ser descartados.
Durante esse período, os riscos com animais peçonhentos aumentam. Para prevenir acidentes, a recomendação é evitar o acúmulo de entulho, manter os ambientes limpos e não manipular animais diretamente. Em caso de picada ou agressão, a vítima deve procurar atendimento médico imediato e, se possível, fornecer informações sobre o animal envolvido.
Ações integradas
As ações da FVS-RCP são parte de um plano de contingência estadual voltado para as emergências em saúde pública decorrentes das cheias. O documento, elaborado em conjunto com a SES-AM, orienta as secretarias municipais sobre medidas de vigilância, controle e resposta rápida a possíveis surtos.
O órgão também publicou uma Nota Técnica com diretrizes específicas sobre a intensificação da vigilância da leptospirose, infecção bacteriana grave transmitida principalmente pela urina de ratos. O material está disponível online e serve de referência para os profissionais de saúde dos municípios.
“Estamos lidando com um cenário complexo que envolve saúde pública, logística e impacto ambiental. O papel da população nesse momento é fundamental para evitar tragédias sanitárias”, reforça Augusto Zany, coordenador de emergências em saúde da FVS-RCP.