Diretor do filme Tropa de Elite, o cineasta José Padilha fez seu mea-culpa após as revelações sobre a conduta do ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro, e criticou o ex-magistrado por ter sido ministro no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“O Rio de Janeiro é totalmente tomado por milícias. E agora tem a narcomilícia, que vende droga. E a milícia continua elegendo gente. É esse pessoal que elegeu o Bolsonaro, a quem o Moro se juntou. Por isso eu o chamei, lá atrás, de ‘anti-Falcone’ (juiz que conduziu a Operação Mãos Limpas na Itália e foi assassinado em 1992). O cara se associou aos milicianos, aos mafiosos, é inacreditável essa trajetória. Realmente, eu fui um idiota de ter acreditado em Sergio Moro”, declarou Padilha, em entrevista à revista Veja.
Padilha afirmou ainda que ” ficou óbvio” ter havido “perseguição” a Lula na Lava Jato. “Não estou dizendo que o Lula não sabia da corrupção. Evidente que sabia. Mas ficou óbvio que houve uma exacerbação dos casos contra o Lula para tirá-lo da eleição”, disse.
“Mas quero dizer uma coisa: Lava-Jato à parte, o imperativo do Brasil é tirar o Bolsonaro do governo. Com Bolsonaro e Lula no segundo turno, eu voto no Lula”, acrescentou.