*Da Redação do Dia a Dia Notícia
Em um encontro inesperado entre a natureza e a cultura, uma Suindara, ave símbolo da fauna brasileira, foi flagrada pousada no Bumbódromo de Parintins. As imagens, capturadas pelo professor Expedito Calixto e viralizadas nas redes sociais na última quinta-feira (7), despertaram a curiosidade e a admiração de muitos.
A coruja, conhecida popularmente como “rasga mortalha” e associada à lendária Matinta Perera, revelou-se em todo o seu esplendor, impondo respeito e despertando a imaginação dos internautas.
A Lenda da Matinta Perera
Presente no imaginário popular de diversas regiões do Brasil, especialmente na Amazônia, a lenda da Matinta Perera narra a história de um ser capaz de se transformar entre duas formas: uma idosa corcunda, semelhante a uma bruxa, e um pássaro, como o martim-pererê ou a coruja-rasga-mortalha.
Durante o dia, a Matinta Perera, na forma humana, observa e planeja suas ações, misturando-se entre os habitantes das comunidades. Contudo, ao cair da noite, ocorre uma transformação surpreendente. Com suas asas abertas, a ave sobrevoa os telhados, emitindo um assobio alto e estridente que ecoa pela noite.
Acredita-se que esse assobio tenha um propósito: a Matinta Perera está em busca de promessas. Ao ouvir o som característico da ave, os moradores, atemorizados, prometem à bruxa diversos objetos, como tabaco, café, cachaça ou peixe, em troca do fim do barulho e da proteção contra possíveis malefícios. Caso a promessa não seja cumprida, a lenda adverte sobre a possibilidade de infortúnios, como doenças e perdas, assolarem a casa do infrator.
A Suindara e a Matinta Perera: um encontro mágico
O registro da Suindara no Bumbódromo de Parintins, além de ser um belo registro fotográfico, reacende a discussão sobre a importância da preservação da fauna brasileira e sobre a rica cultura popular do país. A associação da ave à lenda da Matinta Perera cria um elo entre o mundo natural e o imaginário, fortalecendo a identidade cultural da região amazônica.