O Festival de Cannes 2020 estava previsto para começar hoje, 12 de maio, mas teve de ser cancelado por conta da pandemia do coronavírus. Em entrevista ao Screen Daily, o representante Thierry Frémaux afirmou que, por conta disso, o festival de cinema só voltará em 2021, sem qualquer outro substituto: “Seria ridículo nos comportarmos como se nada tivesse acontecido”.
Na entrevista, Frémaux discute em extenso como a pandemia afetou a organização. Antes do coronavírus, o Festival havia sido cancelado apenas uma vez na história, por conta da Segunda Guerra Mundial, o que demonstra a gravidade do problema. Os realizadores conseguiram selecionar os filmes da edição, após terem visto 1,5 mil títulos inscritos e discutido via chamadas on-line e anotações. Mas, para evitar reforçar alguma noção de normalidade, a lista de selecionados será revelada em breve sem categorização, ou seja, sem apontar quais longas estavam disputando os prêmios do evento. Frémaux também afirmou que não viu diminuição na quantidade de inscritos asiáticos, o primeiro continente atingido pelo vírus.
O representante também falou sobre Spike Lee, que seria presidente do júri da edição 2020. O cineasta norte-americano está em conversas com a organização para assumir a função no ano que vem. Além disso, Frémaux revelou que o próximo filme de Lee na Netflix, Destacamento Blood, seria lançado no festival (mas fora do circuito principal).
Por fim, Frémaux afirmou que a organização de Cannes está negociando com outros festivais. A colaboração levará filmes selecionados pela organização para os demais eventos: “O importante é dar apoio aos filmes, ao invés de exaltar nosso nome”, falou.
Desde o começo da pandemia do coronavírus, várias áreas do entretenimento foram afetadas com o adiamento de estreias, paralisação de produções e cancelamento de grandes eventos.