Embora o brasileiro faça constantes usos de medicamentos, para as mais diversas enfermidades, ainda é raro no País o descarte correto após o vencimento ou desuso desses fármacos. Com o objetivo de diminuir esse cenário de poluição, o Grupo Tapajós, detentor das redes de farmácias Santo Remédio, FarmaBem e Flexfarma, pretende instalar áreas de descarte de medicamentos em todas as unidades do Amazonas até 2022.
O projeto começa com três lojas, sendo duas da bandeira Santo Remédio (unidades das avenidas Boulevard Álvaro Botelho Maia e Djalma Batista) e outra da rede FarmaBem (unidade localizada na avenida Darcy Vargas).
“Temos vários casos de medicamentos que caem em desuso. Às vezes, o paciente troca de remédio, deixa de usar porque está curado, porque sobrou ou passou da validade. Agora ele vai poder fazer o descarte correto desse produto em uma das nossas drogarias, onde daremos a ele o destinando adequado, com a incineração, que é a maneira correta”, explica Sabrine Cordeiro, coordenadora farmacêutica do Grupo Tapajós.
Danos ao meio ambiente
Um estudo da Universidade Federal de São João Del-Rei (MG) mostrou que, no Brasil, 20% de todos os medicamentos são descartados de forma irregular. O dado ainda pode ser mais assustador ao se constatar que, todos os anos, o país soma aproximadamente 14 mil toneladas de medicamentos vencidos.
Quando esses fármacos são jogados em lixos comuns,aumentam as chances de o material ir parar na natureza, contribuindo para o aumento da poluição. Um estudo publicado na revista Cientific American (2019) mostrou que apenas um quilo de remédio é capaz de contaminar 450 mil litros de água.
Mudança na legislação
A nova ação está baseada na preocupação com o meio ambiente, de acordo com o decreto federal de n. º 10.388, de 2020. No documento, foi instituído o‘sistema de logística reversa de medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso’, e deve ser adotado nacionalmente nos próximos anos.
No decreto, são especificadas as características desse novo procedimento de descarte de remédios e quais deles não estão inclusos nessa nova organização. São eles os fármacos de uso não domiciliar, não humano e aqueles descartados por estabelecimentos de saúde. O documento entrou em vigor em dezembro do ano passado e passa a ser adotado no âmbito nacional.