Manaus, sexta-feira 5 de dezembro de 2025
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Facções dominam 67% dos municípios amazônicos e ampliam impacto do crime na floresta, aponta relatório

987 MUNICÍPIOS na Amazônia de seis países foram pesquisados por Amazon Underworld durante 2025 para este relatório. Em 662 (67%) encontramos a presença de pelo menos um grupo armado

*Da Redação do Dia a Dia Notícia 

Um levantamento inédito da organização jornalística Amazon Underworld revelou que 67% dos 987 municípios da Amazônia apresentam presença ativa de facções criminosas, tornando a região um dos principais epicentros do crime organizado transnacional. O estudo, intitulado “A Amazônia sob ataque – mapeando o crime na maior floresta tropical do mundo”, mostra que a atuação desses grupos ultrapassa o narcotráfico e tem gerado graves impactos sociais, ambientais e políticos.

De acordo com o relatório, a Amazônia tornou-se um território estratégico para o escoamento de drogas, ouro, madeira e combustíveis ilegais, com conexões que ligam o Brasil a outros países da América do Sul e a mercados da Europa, África e Ásia. A geografia fluvial e a dificuldade de fiscalização favorecem as operações das facções, que se expandiram para dentro de comunidades ribeirinhas e áreas próximas a garimpos e rotas comerciais.

Entre os grupos mais atuantes estão o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), disputam o controle dos rios e fronteiras desde a ruptura de um pacto em 2016, o que gerou o colapso da facção local Família do Norte (FDN) e o surgimento de novos grupos, como “Os Crias”, em Tabatinga.

O relatório indica ainda que o CV domina 403 municípios amazônicos, enquanto o PCC está presente em 165, sendo que 95 cidades registram a coexistência das duas organizações, o que tem alimentado o aumento da violência e da instabilidade social.

O documento aponta ainda que o avanço das facções está intimamente ligado à degradação ambiental. Áreas de floresta têm sido usadas para esconder pistas de pouso clandestinas, acampamentos de garimpo e rotas de transporte de drogas. Essa dinâmica agrava o desmatamento ilegal e compromete os mecanismos de governança e controle territorial na Amazônia.

A pesquisa também destaca que cidades como Manaus, Tabatinga, Altamira e Rio Branco funcionam como nós logísticos dessas redes criminosas. Em especial, a capital amazonense é considerada um ponto estratégico para o envio de cocaína produzida na Colômbia, no Peru e na Bolívia, que chega pelo Rio Solimões e segue pelo Rio Amazonas rumo aos portos internacionais.

O enfrentamento a esse fenômeno se tornou uma guerra silenciosa para os governos – estadual e federal, travada entre o policiamento ostensivo nas cidades e o controle de rotas fluviais que cruzam áreas de difícil acesso. O desafio é ainda mais complexo: o crime transnacional da Amazônia não se limita às fronteiras brasileiras, mas se estende ao Peru, à Colômbia e à Venezuela — exigindo cooperação internacional e políticas integradas de segurança, meio ambiente e desenvolvimento.

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