Manaus, quarta-feira 31 de dezembro de 2025
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Exposição ‘Em-Florestar’ abre temporada no Bosque da Ciência

*Da Redação Dia a Dia Notícia 

A abertura oficial da exposição “Em-Florestar: Exposição Artístico-Científica em Educações Amazônicas”, aconteceu nesta semana, realizada pelo Grupo de Pesquisa Vidar em In-Tensões (UEA/PPGEEC). O lançamento reuniu artistas, pesquisadores, estudantes, comunidade e visitantes que, ao adentrarem o corredor aberto de entrada do Bosque da Ciência – Inpa, foram convidados a viver uma experiência sensível entre arte, floresta e ciência.

A exposição apresenta instalações interativas, fotografias, performances e um catálogo digital acessível, todos construídos a partir de processos criativos que emergem de imersões na floresta amazônica, de narrativas autobiográficas e de encontros com ancestralidades e saberes originários. Cada obra convoca o público a desacelerar, a sentir o “tempo devagar”, a olhar para os detalhes da floresta e a perceber os modos de existência que resistem e florescem mesmo em tempos de antropoceno.

O projeto foi contemplado pelo Edital n.º 016/2024 – Ciência + Arte, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), e é coordenado pela Profa. Dra. Hiléia Monteiro Maciel Cabral, Profa. Dra. Caroline Barroncas de Oliveira, Profa. Dra. Daniela Franco Carvalho e Profa. Dra. Mônica de Oliveira Costa, docentes e pesquisadoras vinculadas ao Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências na Amazônia (PPGEEC/UEA).

Durante a abertura a Profa. Dra. Caroline Barroncas, emocionou o público ao apresentar a essência do projeto:

“Em-florestar nasce do desejo de escutar o que a floresta sussurra, nos convidando a sentir o tempodevagar, o espaço do miúdo. Surge da arte do encontro entre corpos (folhas, terra, plantas, águas e muitos outros seres viventes) e as encantarias, nos ensinando outros modos de habitar COM o mundo. Permitir-se em-florestar-se é um gesto de reexistência sensível no antropocentro. Um chamamento para a cidade respirar floresta, sentir a amazônia, entre as imagens, fotografias, instalações e performance que fazem lembrar o Si comunhão em ancestralidades.”.

Para a Profa. Dra. Daniele Franco.

“A exposição surgiu de um desejo coletivo de reunir as produções artísticas inspiradas e realizadas durante a imersão na mata com o coletivo Arte & Escola na Floresta, em junho de 2024. A intensidade do vivido desaguou em um e-book, publicado pela Pedro & João Editores, e agora se materializa em fotografias, obras e performances apresentadas ao longo da exposição, com apoio da Fapeam. Escolher o Bosque da Ciência significou unir arte e conhecimento científico em um mesmo corpo vivo, entre vegetais, águas, animais e todos os seres que habitam o lugar. É uma celebração da vida em comunhão, em festa.”

A artista-pesquisadora Ana Maria Silva, uma das participantes da mostra, também compartilhou sua experiência diante do processo criativo e da abertura:

“Voltar para a instalação depois da abertura foi perceber que tudo aquilo que intuíamos ,e que nem sabíamos ainda nomear, aconteceu com uma força que atravessa. ‘SonhArte-se em Floresteiros Amazônidas’ ganhou corpo para além do que imaginávamos: os verbos amazônidas pulsaram, sopraram, se enroscaram nos visitantes como raízes que chamam para perto. Entre fios, ventos, folhas e pequenos surgires, vimos as pessoas tocadas pelo movimento que criamos juntas: Hivina, Lúcia, Maria Eduarda, Nereide e eu (…) Minhas expectativas não só foram supridas — elas foram expandidas. A exposição abriu verbos que eu nem sabia que existiam em mim. E ali, entre rios e folhas, compreendi que na Amazônia podemos sonhar tudo o que ainda não tem forma, mas já pulsa.”

O público presente vivenciou performances poéticas, instalações que dialogam com a natureza sem causar danos ao espaço e fotografias que emergem da relação íntima entre corpo, tempo e floresta. O clima foi de encontro, afeto, contemplação e troca entre os visitantes e os artistas. Tivemos as performances: “Encante” de Correnteza Braba, “(Cor)poRque Resiste em Mim – Barro, Sangue e Rios” de Deihvisom e “Devir-Máscara: o Silêncio da Floresta em Mim” de Jackeline Monteiro. Contamos, também, com as instalações:  “Ensinança das Folhas” de  Leia Lima e “SonhArte-se em Floresteiros Amazônidas” de Ana Maria Xavier, Hívina Dorzane Machado, Lúcia Cristina Cortez de Barros Santos , Nereida Tavares Neves & Maria Eduarda Gloria Neves, e abrilhantando a exposição as fotografias: “O corpo em contaminações de uma esquizo-ciência” de Hannyn Barbara Alves Garcia (desencanto), “O que nasce quando o corpo se suspende” de Fabiane Andrade, “Devir-floresta com Avelina Flux” de Guilherme Araújo e “Voltar a Manaus” de Beto Oliveira.

 

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