*Da Redação Dia a Dia Notícia
Nesta sexta-feira (28), o ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, foi preso em Madri pela polícia espanhola. Ele foi alvo da operação Disclosure, da Polícia Federal, e tinha mandado de prisão expedido pela Justiça brasileira desde quinta-feira (27). Gutierrez estava sob viligância desde que seu nome passou a constar da difusão vermelha da Interpol como foragido.
De acordo com o Ministério Público Federal, o executivo acompanhava e participava das fraudes no balanço da companhia “desde o seu planejamento até a publicação dos resultados”.
A Justiça do Rio havia decretado a prisão preventiva de Gutierrez diante dos “fortes indícios” de fuga do executivo do Brasil. Mas a decisão observava que a medida “poderá ser revista” caso o executivo se apresentasse espontaneamente às autoridades brasileiras, o que afastaria a presunção de fuga.
Ele e outros 14 executivos da Americanas foram alvo na quinta-feira de uma operação que buscava mais provas e evidências de um esquema que escamoteou nos balanços da varejista um rombo estimado em R$ 25 bilhões.
A investigação revelou crimes como manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, os ex-executivos da empresa podem pegar até 26 anos de prisão.
A operação foi baseada em e-mails e mensagens apreendidas pela Polícia Federal e nas delações dos ex-executivos Marcelo Nunes e Flávia Carneiro, que destrincharam o modus operandi da fraude. Nunes foi diretor financeiro e Flávia, diretora de controladoria.
A prisão de Gutierrez foi comunicada nesta manhã à Polícia Federal. Como Gutierrez tem cidadania espanhola e estava no país desde o ano passado, seu nome foi incluído na difusão vermelha, a lista de foragidos internacionais da Interpol.
Ainda não está definido se ele será enviado ao Brasil ou se ficará preso na Espanha, uma vez que o país não extradita seus cidadãos.
*Com informações do jornal O Globo