*Da Redação do Dia a Dia Notícia
A criação de Unidades de Conservação (UCs) de Proteção Integral em áreas prioritárias das zonas urbana e rural de Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara, além do estabelecimento de corredores ecológicos para conectar essas áreas, é essencial para proteger o sauim-de-coleira (Saguinus bicolor). Essa espécie, endêmica do Amazonas, é classificada como Criticamente em Perigo de extinção pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) e está entre os primatas mais ameaçados do mundo. A informação foi divulgada pelo portal 18 horas.
Essas recomendações estão no estudo Identificação de Áreas Prioritárias para a Conservação do sauim-de-coleira no Estado do Amazonas, apresentado na última quinta-feira (21/11) durante um seminário promovido pelo Instituto Sauim-de-coleira (ISC). O evento ocorreu no auditório do Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
O estudo foi desenvolvido por 18 pesquisadores de instituições como o ISC, o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e o ICMBio. Ao longo de um ano e meio, o grupo analisou as principais ameaças à sobrevivência da espécie. Entre as ações prioritárias destacam-se: incentivar atividades de baixo impacto ambiental, recuperar vegetação degradada nas áreas protegidas e ampliar campanhas de conscientização para proteger o sauim.
Maurício Noronha, presidente do ISC, enfatizou que o seminário foi um marco para a conservação da espécie, reunindo cientistas, organizações civis, gestores e a sociedade. Para ele, o sauim-de-coleira é uma espécie “bandeira” que representa a luta pelo desenvolvimento sustentável e pela preservação da Amazônia. “Com a proteção do sauim e de seu habitat, todos ganham: a sociedade, o meio ambiente, o Brasil e o planeta”, afirmou.
A pesquisadora Ana Luisa Albernaz, do Museu Paraense Emílio Goeldi, reforçou que é urgente criar áreas protegidas mais restritivas para garantir a preservação da espécie. Além disso, é necessário consolidar os Planos de Manejo e os Conselhos Gestores das Áreas de Proteção Ambiental (APAs), a categoria predominante nos 8.000 km² de habitat do sauim, que abrange os municípios de Manaus, Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo.
Financiado pela organização Re:wild, o estudo contou com parcerias de diversas instituições, como o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica (Cepam) e o Tamarin Trust. As descobertas fornecem uma base sólida para orientar políticas públicas e ações voltadas à preservação do sauim-de-coleira e da biodiversidade amazônica.