Em 2020, 94% do ouro exportado pelo Amazonas não tinha registro legal. Do total de 1.559 quilos exportados, 1.469 quilos não foram registrados, mostra o estudo “Brasil exporta ouro ilegal”, do Instituto Escolhas. A pesquisa identificou que mais de 19 toneladas do metal exportadas pelo país não têm qualquer cadastro de origem ou autorizações.
Os principais países de destino do ouro vendido pelo Amazonas foram Alemanha, Bélgica, Emirados Árabes Unidos, EUA, Hong Kong, Índia, Itália, Reino Unido e Suíça.
Para quantificar o excedente de ouro exportado sem registro de origem ou vindo da Amazônia, a pesquisa compara o total exportado com a produção dos estados.Em 2020, o Brasil exportou 110,591 toneladas de ouro por US$ 4,9 bilhões. No entanto, 17% (ou 19,123 toneladas) das exportações são ilegais, segundo o Instituto, pois o ouro não teve a produção registrada ou não estava vinculado a algum título que autorizasse a extração. Canadá, Suíça, Polônia, o Reino Unido, os Emirados Árabes, a Itália e a Índia foram os principais destinos.
O estudo mostra que essas exportações ocorreram principalmente pelos estados de Minas Gerais, São Paulo, Amazonas, Distrito Federal e Goiás.
Na pesquisa, o Escolhas identificou que os estados da Amazônia produziram muito mais ouro do que exportaram e estados de outras regiões, principalmente no Sudeste, exportaram muito mais ouro do que produziram.
Pela análise, em 2020 os estados da Amazônia – Pará, Mato Grosso, Rondônia, Amapá, Maranhão e Tocantins – produziram 46,007 toneladas de ouro, incluindo 485 kg (1%) considerados ilegais, pois não tinham um título de extração vinculado à produção. Esses estados exportaram 22,785 toneladas (50%). Outras 23,222 toneladas (50%) foram comercializadas por outras regiões.
Os demais estados produziram 45,946 toneladas, mas exportaram 87,806 toneladas. Foi quase o dobro do que produziram, com um excedente de 41,860 toneladas, que inclui as 23,222 toneladas produzidas na Amazônia – das quais 485 kg são consideradas ilegais –, além das outras 18,638 toneladas também ilegais, pois não têm qualquer registro de origem ou produção. Aqui também está incluído o Amazonas, único estado da região amazônica que exporta mais ouro do que produz.