Foram disponibilizados mais de 17.500 pacotes de imagens captadas por um telescópio da Universidade do Hawaii de 1.8 metros, com aproximadamente 70 mil imagens a serem analisadas. Para fazer a identificação, as equipes inscritas utilizaram o software Astrometrica, também usado no envio de relatórios dos possíveis Asteroides ou objetos próximos à Terra (NEOs) que ainda não haviam sido catalogados.
A universitária relata que durante a caçada aos corpos celestes, os participantes recebem orientação de uma equipe especializada do MCTI e ainda realizam treino. “São fornecidos vários pacotes de fotos tiradas em dias diferentes para que possamos observar os movimentos e fazer as possíveis detecções através de relatórios, fazendo com que haja a possibilidade de fazer descobertas astronômicas e ainda poder nomeá-las”, disse.
Após mapear os asteroides, o próximo passo é escolher os nomes. “O processo tem várias etapas e para a confirmação final pode levar anos, mas, hoje, a detecção tem as minhas iniciais GSR0009 junto a sequência numérica de minhas possíveis detecções. Depois de uma primeira experiência pude observar que poderia ser criativa no nome a ser entregue no relatório, contanto que seguisse os padrões. Então, o 2° e o 3° fiz uma homenagem a meu pai e minha irmã, PAI0010 e DANA003, respectivamente. As demais detecções são homenagens a familiares e amigos”, explicou.
Medalha e Certificado de Honra ao Mérito
Ao fim da edição deste ano, Geovana recebeu certificado de reconhecimento assinado pela Nasa e foi convidada pelo MCTI a participar da 18° Edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que acontece em Brasília, onde na próxima quarta-feira, 9, receberá uma medalha e certificado de honra ao mérito entregues pelo astronauta e Ministro da Ciência, Marcos Pontes.
Carreira
Geovana Ramos é natural de Manaus (AM) e atualmente, mora no município de Tianguá, interior do Ceará, onde cursa o 1º período de Licenciatura em Física no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE- Campus Sobral). Criada no bairro Jorge Teixeira, na zona Leste da capital amazonense, a jovem cursou o ensino médio e se formou em 2017 no IV Colégio Militar da Polícia Militar – Áurea Pinheiro Braga, bairro Grande Vitória, também na zona Leste.
Ramos decidiu ingressar no Ensino Superior em outro estado devido a não abertura de vagas pelo SISU na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) no início do ano e viu a possibilidade de estudar no Ceará, onde o campo de atuação é referência. Apaixonada por ciência desde criança, um dos maiores objetivos dela é conquistar um prêmio Nobel. “Trazer o Nobel para nosso país é comprovar o quão nossa ciência é desenvolvida, ainda que sem tanto orçamento governamental. O cientista brasileiro chama atenção mundial, tendo que, muitas vezes, sair do país para ganhar reconhecimento. Aonde eu estiver, o Brasil estará sempre comigo”, afirmou.
A jovem possui um canal no YouTube, chamado “Astrofísica e Ciência por Geovana Ramos”, e também propaga conteúdos científicos no Instagram @astrogeovana .
Link do canal: https://youtu.be/fBYPWTYncF4
*Com informações da assessoria de imprensa.