Trabalhadores estrangeiros de uma empresa em Tabatinga, a 1.106 quilômetros de Manaus, denunciam que foram vítimas de tortura e extorsão por parte de policiais militares. As vítimas teriam sido acusadas falsamente de um crime forjado pelos agentes.
Uma das vítimas foi solta após decisão da Justiça. O peruano Alfredo Arbelaes estava preso sob a acusação de tráfico de drogas. Na decisão, a juíza Bárbara Marinho Nogueira, além de julgar improcedente a denúncia contra Alfredo, determinou que a Corregedoria da Polícia Militar do Amazonas e o Ministério Público apurassem as condutas dos policiais militares da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam), que prendeu o acusado em 22 de abril deste ano.
Alfredo conta que foi torturado junto de outros funcionários da empresa.
“Me bateram, colocaram balão de aniversário na minha cabeça e perguntaram se aqui tinha droga nesse local, coisa que é mentira, que aqui não tinha nada de droga. Pegaram seu Rolando bateram nele, fizeram o que quiseram e também torturam ele, colocaram balão de aniversário na cabeça dele. Também no meu companheiro Andrés, também botaram balão de aniversário, torturaram e bateram nele”, disse Arbelaes.
O peruano argumenta que as provas apresentadas pelos policiais – um quilo e meio de pasta base de cocaína, uma réplica de fuzil e munição – foram forjadas para criar um flagrante falso. Alfredo disse ainda que os policiais levaram R$ 100 mil do caixa da loja, mas que somente R$ 4.670 foram apresentados na delegacia, e que o equipamento das câmeras de segurança com as gravações foi levado por eles.
O dono do estabelecimento onde ocorreu tudo, o peruano Ciro Gonzales Guevara, denunciou que já foi extorquido pela mesma equipe da Rocam duas vezes e que teriam colocado drogas no veículo dele para intimidá-lo.
A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas informou que a Diretoria de Justiça e Disciplina da Polícia Militar abriu um inquérito para averiguar as denúncias.
*Com informações de g1 Amazonas