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“Está chegando o momento”, diz Mauricio de Sousa sobre criação de personagem gay na ‘Turma da Mônica’

Foto: Reprodução/Instagram

*Da Redação Dia a Dia Notícia

Um dos maiores cartunistas do Brasil, Mauricio de Sousa revelou que está se empenhando na criação de um personagem gay para a ‘Turma da Mônica’, que segundo ele, o sucesso dos quadrinhos é  atribuído a observar e copiar a realidade.

“A homossexualidade é um tema que a gente está discutindo faz tempo e aguardando o que vai acontecer socialmente para que possamos ter personagens gays. Está chegando o momento”, afirmou Sousa em entrevista a Folha de S. Paulo.

Aos 86 anos, Mauricio de Sousa continua evitando levantar bandeira políticas dentro dos quadrinhos, mas acredita que seu trabalho pode se modernizar e acompanhar os avanços da sociedade.

O artista usa a mesma estratégia desde que começou a publicar suas primeiras tiras, há 63 anos. Cebolinha e Cascão foram criados inspirados em amigos de infância, enquanto Mônica e Magali surgiram de suas filhas. “Eu não inventei nada. Tudo estava ao lado. Só copiei.”

E destaca que não envolve seus personagens com política. “Meus personagens são crianças, e criança não
mexe com política. A gente não faz ativismo. Tenho que usar o velho recurso da borracha. ‘Apaga.’ Isso é intocável.”

Essa estratégia é usada por ele desde a ditadura militar, período em que presidiu a Associação dos Desenhistas de São Paulo, apontada como comunista, e acabou sendo banido dos jornais que compravam suas tirinhas por se envolver em articulações políticas contra o domínio das produções americanas, que saíam mais baratas para os veículos brasileiros publicarem à época.

“O politicamente correto é uma das coisas chatas que existem. Às vezes, dou uma forçadinha, para não alterar totalmente a liberdade que precisamos ter numa cena de humor, mas também faço concessões”, declarou o artista.

“Antes, a Mônica colocava um tijolo dentro do Sansão para bater no Cebolinha. É impossível hoje. Até a fala do Chico Bento precisei mudar um pouquinho, porque as professoras não gostavam do ‘caipirês’. Eu sou sensível ao que pode magoar e não ser aceito pela família”, exemplificou Mauricio.

A empresa Mauricio de Sousa Produções tem atualmente uma equipe de 400 artistas, que estão se dedicando além da criação de personagens para o público LGBTQIA+, criação de personagens com deficiência como Humberto, que é mudo; Sueli, surda; André, no espectro autista; Luca, cadeirante; Tati, com síndrome de Down, e Dorinha, que é cega, inspirada por Dorina Nowill.

Os personagens ganham histórias próprias, normalmente institucionais, com o objetivo de conscientizar as crianças, seus pais e professores e trazer representatividade ao público.

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