Um dia após a Polícia Federal (PF) fazer buscas em endereços de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e quebrar o sigilo de parlamentares da base de apoio, o chefe do Executivo afirmou “estar fazendo o que deve ser feito” e disse que “eles estão abusando”, sem especificar exatamente a quem se referia.
“O ocorrido no dia de ontem [terça-feira], quebrar sigilo de parlamentar, não tem história vista numa democracia por mais frágil que seja. Está chegando a hora de colocar tudo em seu devido lugar. Não devo nada a ninguém do que estou fazendo. Está chegado a hora de acertarmos o Brasil no rumo da prosperidade e todos entenderem o que é democracia. ”
Bolsonaro também se incomodou com uma apoiadora, que reclamou da interferência de outros Poderes e da esquerda nas ações do Executivo. “Não devo nada a ninguém do que estou fazendo”, disse à mulher.
A militante dizia representar ativistas conservadores e chegou a mencionar o acampamento 300 do Brasil, mas não deixou claro se fazia parte do grupo comandado por Sara Winter, presa pela Polícia Federal nessa segunda-feira (15/06). “Colocamos nossos recursos, nossos esforços e vemos que o senhor não consegue governar com tantas interferência de outros Poderes, com tanta interferência da esquerda, que está governando através de liminares”.
Bolsonaro a interrompeu e disse “conhecer tudo que acontece” no país. “Em 1970 eu já estava na luta armada, eu conheço tudo que está acontecendo no Brasil, você está falando respeitosamente comigo, sei disso, mas tem gente que nasceu 40 anos depois do que eu vivi e está querendo me dizer como devo governar o Brasil”, disse.